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Augusto Teixeira de Freitas |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
CLÓVIS
BEVILÁQUA – PARTE - 10
Tempo
era de ser consagrado como civilista. Mas sua extremada modéstia
confinava-o nos limites de sua Faculdade. Por certo não era estranho
aos homens de letras. Reconheciam-lhe o talento literário, tanto que
desde 1897 era membro fundador da Academia Brasileira de Letras, na
cadeira nº 14, patrocinada por Franklin Távora, seu conterrâneo e
cuja obra havia sido objeto de seus estudos. Entre os políticos e
juristas, todavia, o jovem escritor ainda não granjeara fama.
Conhecia-o
bem, em toda extensão do seu valor, o ilustre Dr. Epitácio Pessoa,
então Ministro da Justiça: eis o motivo da escolha para elaboração
do projeto do Código Civil Brasileiro. Aqui se abre um capítulo
novo na vida de Clóvis, no qual se verá que não foi sem razão que
vos disse que o berço natal traçou-lhe o destino, nem sem motivo
que Martins Júnior profetizou fora Clóvis talhado para lutas.
Com
efeito, a partir de 1899 um cearense modesto, simples, pobre, ainda
muito jovem, entra em lutas com gigantes,,,
O Código
Civil, proclamavam todos, era uma necessidade. Desde a Independência,
era preocupação constante dos governos. Não me alongarei relatando
os esforços hercúleos de Teixeira de Freitas, Nabuco de Araújo,
Felício dos Santos e Coelho Rodrigues. Ninguém conseguiria levar a
bom termo tão difícil empreendimento.
Urgia
dotar o país de um Código Civil. As razões estão apontadas em
estudo do próprio Clóvis, escrito em Recife, em 1896, e publicado
no Rio em 1898, na “Revista de Jurisprudência”. Como se trata de
uma síntese elegante e que, no meu entender, muito deve ter influído
no ânimo de Epitácio, por ocasião da escolha do codificador,
vejo-me obrigado a transcrever-lhe alguns tópicos, o que se faz útil
porque nenhum dos biógrafos de Clóvis, nem qualquer historiador do
Código, faz alusão a esse trabalho. Escreveu Clóvis.
Continua
MANUEL
AUGUSTO VIEIRA NETO