Borges de Medeiros |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JÚLIO
DE CASTILHOS – PARTE 03.
Não
obstante três anos de guerra civil em seus cinco anos de governo,
Castilhos realizou uma grande obra administrativa, nesse período de
reorganização da vida política do Rio Grande e do Brasil, quando
se passava da Monarquia para a República. Castilhos foi sobretudo um
organizador e sua principal tarefa foi a de adaptar o Estado à nova
vida republicana.
Além
dessa indispensável reorganização administrativa e judiciária,
reformou o sistema de tributação, instituiu o imposto de
transmissão de propriedade e outros, conseguindo recursos para a
realização de uma série de obras de grande importância econômica:
algumas linhas telegráficas, a desobstrução de canais de
navegação, de modo a assegurar o livre trânsito entre os portos de
Guaíba, Lagoa dos Patos, S. Gonçalo e Lagoa Mirim. Garantiu ainda a
colonização de pequenas propriedades, o que foi de algum modo o
ponto de partida para o progresso do Estado garantindo-as contra as
investidas de grileiros, que tanto êxito tiveram em outros Estados,
e estimulando a imigração, sobretudo de italianos, que deram grande
impulso à agricultura e em particular à indústria do vinho.
Em 1898,
terminando seu período de governo, indicou como candidato do Partido
Republicano à sua sucessão, a Borges de Medeiros, seu discípulo,
como tantos outros jovens políticos da época. Borges de Medeiros
tinha apenas 37 anos de idade e governou o Estado, através de
sucessivas eleições, por cerca de 25 anos.
Desde
que deixara o cargo, Castilhos não mais participava ativamente da
política, pois se achava esgotado e adoentado, retirando-se para a
sua estância. A 24 de outubro de 1903, com 44 anos apenas, falece em
consequência de uma operação.
Seus
funerais foram uma verdadeira apoteose àquele que dedicara sua vida
à causa republicana e à reorganização de seu Estado natal. Até
mesmo seus inimigos reconheceram o valor de sua obra que se
transformou em símbolo de austeridade e de honestidade.
Castilhos
era positivista embora não aceitasse certos dogmas positivistas,
tais como a Religião da Humanidade, a não participação nas
atividades políticas e a proibição de ocupar cargos políticos.
Levou sobretudo em conta esse outro princípio positivista e que foi
o fundamento de sua vida pública: Viver às Claras!
LEONCIO
BASBAUM
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