quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Grandes vultos: Júlio de Castilhos - Parte 03.


Borges de Medeiros

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
JÚLIO DE CASTILHOS – PARTE 03.
Não obstante três anos de guerra civil em seus cinco anos de governo, Castilhos realizou uma grande obra administrativa, nesse período de reorganização da vida política do Rio Grande e do Brasil, quando se passava da Monarquia para a República. Castilhos foi sobretudo um organizador e sua principal tarefa foi a de adaptar o Estado à nova vida republicana.
Além dessa indispensável reorganização administrativa e judiciária, reformou o sistema de tributação, instituiu o imposto de transmissão de propriedade e outros, conseguindo recursos para a realização de uma série de obras de grande importância econômica: algumas linhas telegráficas, a desobstrução de canais de navegação, de modo a assegurar o livre trânsito entre os portos de Guaíba, Lagoa dos Patos, S. Gonçalo e Lagoa Mirim. Garantiu ainda a colonização de pequenas propriedades, o que foi de algum modo o ponto de partida para o progresso do Estado garantindo-as contra as investidas de grileiros, que tanto êxito tiveram em outros Estados, e estimulando a imigração, sobretudo de italianos, que deram grande impulso à agricultura e em particular à indústria do vinho.
Em 1898, terminando seu período de governo, indicou como candidato do Partido Republicano à sua sucessão, a Borges de Medeiros, seu discípulo, como tantos outros jovens políticos da época. Borges de Medeiros tinha apenas 37 anos de idade e governou o Estado, através de sucessivas eleições, por cerca de 25 anos.
Desde que deixara o cargo, Castilhos não mais participava ativamente da política, pois se achava esgotado e adoentado, retirando-se para a sua estância. A 24 de outubro de 1903, com 44 anos apenas, falece em consequência de uma operação.
Seus funerais foram uma verdadeira apoteose àquele que dedicara sua vida à causa republicana e à reorganização de seu Estado natal. Até mesmo seus inimigos reconheceram o valor de sua obra que se transformou em símbolo de austeridade e de honestidade.
Castilhos era positivista embora não aceitasse certos dogmas positivistas, tais como a Religião da Humanidade, a não participação nas atividades políticas e a proibição de ocupar cargos políticos. Levou sobretudo em conta esse outro princípio positivista e que foi o fundamento de sua vida pública: Viver às Claras!
LEONCIO BASBAUM


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