GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JOSÉ
CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 08.
A festa
da abolição durou 8 dias. José do Patrocínio foi alvo das mais
diversas manifestações. O povo, em delírio, o carregava,
tirava-lhe, como “souvenir”, botões de sua casaca, pedacinho de
sua camisa, chegando, segundo relato de historiadores, a deixá-lo em
frangalhos. No fim da semana de delírios populares, foi ele
convidado pela mocidade acadêmica de S. Paulo para receber da mesma
a homenagem merecida onde foi recebido em triunfo com a maior festa
que a pauliceia tributava a um homem até então. “Foi carregado,
abraçado e beijado pelos moços em delírio”. Conduzido ao Grande
Hotel, onde todos esperavam ouvir sua palavra. Contudo, o herói do
dia estava indisposto e cansado de tanta festa em que ele era a
principal figura. Havia pronunciado naqueles dias mais de cem
discursos e estava esgotado. Ao começar seu discurso, embora belo,
arrastava-se sem um fecho de ouro, tornando-se interminável e
monótono quando, então, o conhecido e notável satírico da época,
Herculano de Freitas, puxou-lhe a aba da sobrecasaca e lhe sussurrou:
– “Fala
em José Bonifácio… e acaba com isto”.
Patrocínio
recebeu a sugestão de Herculano como uma tábua de salvação e se
saiu muito bem, terminando sua oração por convidar o povo a ir com
ele ao cemitério da Consolação e rezar pela liberdade. Este final
salvou o resto do discurso, pois o povo, eletrizado, carregou o
tribuno até o cemitério. Terminada a fase da abolição, Patrocínio
se colocou em posição discreta, pois entendia que o terceiro
reinado, com a Princesa Redentora, se tornara um imperativo de
gratidão do povo brasileiro a Isabel, que lhe dera a lei Áurea,
ainda que advertida por Cotegipe de que a libertação significaria a
queda da coroa. Patrocínio colocou-se, então, numa espécie de
dualismo político que seus amigos não compreendiam e seus inimigos
criticavam. Era um dos primeiros republicanos, mas, ao mesmo tempo,
grato a sucessora de D. Pedro II. Viu-se rodeado de inimigos ferozes,
que não o perdoavam. João Marques, um de seus maiores amigos, na
memorável noite de 13 de maio, em que o povo, alta madrugada,
gritava pelas ruas incessantemente, seu nome, “Patrocínio!”
“Patrocínio!”. “Viva Patrocínio”, vaticinou enfaticamente:
– “Que
belo dia para morreres José! Nunca mais encontrarás outro igual!”
e, completando seu pensamento, terminou:
– “Vais
viver, meu velho, e vais para a política… e aquilo emporcalha, meu
amigo!”.
Continua…
S. SILVA
BARRETO
Um comentário:
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