HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA –
PARTE 24
No
terreno das ideias e nessa mesma década, o Neotomismo do francês
Jacques Maritain, em muitos aspectos, alimentou a parte ideativa do
nosso ensaio crítico, para cuja formação muito contribuíram as
análises do nosso Modernismo, efetuadas por Alceu de Amoroso Lima
(Tristão de Ataíde) filiado àquela doutrina. Paralelamente,
assistimos ao despertar de uma literatura voltada para os problemas
sociais e políticos, que procura identificar nossa cultura à
própria realidade nacional: é um momento em que se pode falar na
existência de uma Sociologia e de uma Etnologia substancialmente
brasileiras, das quais são dignos representantes: Alberto Torres,
Oliveira Viana, Fernando de Azevedo, Artur Ramos, Azevedo Amaral,
Roquete Pinto, Gilberto Freire, Josué de Castro.
No
histórico do nosso Modernismo, existe uma particularidade que convém
frisar: enquanto, nessa época posterior à grande Guerra, a Europa
assistia a proliferação de estéticas, como o Futurismo, o
Dadaísmo, que se combatiam em prol de uma renovação formal para a
poesia e a prosa – no Brasil, essa mesma renovação se operava sem
intransigências e radicalismos, pois os Movimentos da 1ª fase do
nosso Modernismo, como o Verde-amarelismo e o Antropofagismo,
propugnavam por uma volta às formas simples e primitivas da vida
brasileira, estabelecendo, pois, aquilo que o Modernismo europeu não
soube criar: a dinamização do espírito nacionalista, tao bem
delineado na Escrava que não é Isaura (1925), de Mário de Andrade,
no Manifesto Antropofágico (1928), de Oswald de Andrade, no Grupo e
revista Verde, de Cataguases (Minas, em 1927); na revista Klaxon etc.
Nossos
modernistas da 1ª fase (1922) foram claros: quanto à poesia, a
renovação devia dar-se no sentido de liberdade total de expressão,
o que quer dizer: no sentido de tornarem-se constantes as
experiencias linguísticas e estilísticas, como se pode exemplificar
com a Pauliceia desvairada (1922), de Mário de Andrade. Os temas do
cotidiano deviam também ser preocupação constante, e nas imagens
associadas e superpostas que o verso ritmicamente livre condensava, o
inconsciente está desperto com seus valores autênticos e, no mesmo
instante,inconsequentes.
Quanto à
prosa que se processou nessa época – a década de 20, as mesmas
características da poesia nela se faziam notar: a linguagem
dinâmica, o contraponto dos planos emocionais; o humor como um dos
polos da atividade as do espírito, encontráveis no Amar, Verbo
Intransitivo, de Mário de Andrade, e nas Memórias Sentimentais de
João Miramar, de Oswald de Andrade.
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte: “Os Forjadores do
Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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Um comentário:
Muito interessante. Nunca tinha ouvido falar do Dadaísmo.
Um abraço e bom fim de semana
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