HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA –
PARTE 25
Num
quadro estatístico e, ao mesmo tempo, funcional, podemos referir-nos
a certos acontecimentos, a certos autores, a certas obras, sem os
quais seria impossível qualquer renovação literária: 1) fonte
próxima do Modernismo: na poesia: o Simbolismo, justificado pelo
verso livre de Mário Pederneiras, pela multiplicidade rítmica, pela
presença do inconsciente no momento da criação poética e pelo
processo metafórico patente na expressão; 2) fonte próxima do
Modernismo: na prosa: os romances Canaã, de Graça Aranha, e O
Ateneu, de Raul Pompéia, isto é: a linguagem dinâmica de um mais a
linguagem metafórica de outro. Fonte apenas de ordem expressional...
3) marco inicial de uma situação histórica: a Semana de Arte
Moderna (1922), em cuja inauguração Graça Aranha, convocado para
lhe dar apoio, diz: “Cada homem é um pensamento independente, cada
artista exprimirá livremente, sem compromissos, a sua interpretação
da vida, a emoção estética que lhe vem dos seus contatos com a
natureza”; 4) 1ª fase modernista: 1922 – 1930: a) explicação
poética de nossa História (Pau-Brasil, de Oswald de Andrade); b)
revalorização do folclore nacional (Cobra Norato, de Raul Bopp); c)
reformulação estética dos meios expressivos (Paulicéia
Desvairada, de Mário de Andrade); 2ª fase modernista: 1930 –
1945: a) elaboração de uma literatura de conflitos (quer sociais,
quer individuais), tanto na prosa, quanto na poesia: Cacau, romance
de Jorge Amado; O Amanuense Belmiro, romance de Ciro dos Anjos;
Sentimento do Mundo, poesia de Carlos Drummond de Andrade; b)
completo interesse não só pelos problemas da realidade nacional,
como se efetuou com o romance nordestino, mas também pelos que dizem
respeito ao homem, no sentido universal:
Vidas Secas, romance de
Graciliano Ramos; Rua do Siriri, romance de Amando Fontes; Mundos
Mortos, romance de Otávio de Faria; Caminhos Cruzados, romance de
Érico Veríssimo; Território Humano, romance de José Geraldo
Vieira; Brejo das Almas, poesia de Carlos Drummond de Andrade; c)
recondução dos processos expressivos da 1ª fase modernista, como o
poema-piada, à maneira de Oswald e Mário de Andrade, enriquecidos
de um novo sistema metafórico e imagético: atuantes na poemática
de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima,
Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Vinícius de Morais,
Cecília Meireles etc. ; 3ª fase modernista:
Graciliano Ramos |
1945...:
a) recontinuaçao das experiências formais da fase anterior, com uma
preocupação mais acentuada para a estesia do verso: Péricles
Eugênio da Silva Ramos, Domingos Carvalho da Silva, João Cabral de
Melo Neto, Darcy Damasceno, Geir Campos, Bueno de Rivera, Tiago de
Melo, Paulo Mendes Campos, Antônio Olinto, Mário da Silva Brito,
Jorge Medauar, Jamil Almansur Haddad, Rossine Camargo Guarnieri, Ledo
Ivo, José Paulo Moreira da Fonseca, Mauro Mota, Dantas Mota, Afrânio
Zuccolotto, Osvaldino Marques, Alphonsus de Guimaraens Filho, Antônio
Rangel Bandeira, Aluísio Medeiros, Geraldo Vidigal,Marcos Konder
Reis, José Tavares de Miranda, João Accioli, Wilson Rocha (poetas
da chamada “Geração de 45”) b) valorização do ensaio crítico.
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte: “Os Forjadores do
Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
Visite também:
Clicando aqui:
5 comentários:
Mais um belo texto amigo Rosemildo para ficarmos a conhecer melhor a história da literatura brasileira.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
olá, rosemildo
estive lendo sua postagem, super completa, e continuamos falando de Modernismo e Simbolismo, tal como de seus seguidores e de suas ideias.
gostaria de fazer pesquisa sobre o tema, mas agora não dá, devido a cirurgia na minha mão dta.
beijos e tudo de bom.
Agradeço, Furtado, por sua postagem sobre Literatura Brasileira.
Abraços carinhosos
Maria Teresa
Como já tenho dito, conheço pouco da literatura brasileira. Estes textos são de grande ensinamento para mim. Fico sempre com vontade de conhecer outros autores, embora infelizmente não me seja possível de momento, com vários livros na calha à espera de serem lidos.
Em Portugal também a vossa literatura não é muito conhecida. Por exemplo, na aula de literatura portuguesa, andamos agora lendo e estudando os românticos portugueses. E por comparação, vamos dando os romanticos franceses. Seria muito mais lógico dar os brasileiros já que a disciplina é de literatura portuguesa.
Um abraço e bom fim de semana
Furtado
Como sou interessado em conhecer mais os literatos do Brasil, aprecei bem a crónica.
A comentar Baíha e a lenda, no meu blog, BRASIL: O SORRISO DE DEUS, que se vai encaminhar para ser história pós cabralina do Brasil.
http://amornaguerra.blogspot.pt/
Abraços
Postar um comentário