HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA
BRASILEIRA – PARTE 17
O Realismo, todavia, gerou o
romance psicológico, em que Machado de Assis foi o grande mestre, a
prosa simbolista, o romance de vida interior que, a partir da década
de 30, vai ser uma das feições mais importantes da ficção
brasileira. Seus objetivos se voltam para a análise do ser humano,
no que este tem de mais identificador: o caráter, a personalidade, a
constituição psicológica. Daí a necessidade de o autor realista
incursionar nos autores das disciplinas especulativas, como se
verificou entre Machado de Assis e Pascal, ou nas disciplinas que
fazem do comportamento humano objeto de um total interesse. Com o
Naturalismo, entretanto, o conhecimento procede de uma tese que o
autor estuda exaustivamente, como se fosse uma verdade científica
que desejasse provar. Na França, Emile Zola com o Germinal, romance
que trata da vida dos mineiros, evidencia ao leitor um domínio quase
completo do sistema das minas, do processo social dos mineiros, de
sua vida sacrificada, da linguagem que os particulariza como grupo
social. Aqui, no Brasil, Júlio Ribeiro, em A Carne, compôs a figura
de Lenita, fundamentando-a nas teses que estudou acerca da histeria
feminina.
Como surgiu, aqui, no Brasil,
o binômio Realismo-Naturalismo? Simultaneamente, pois basta dizer
que, em 1881, aparecem duas entre as obras mais importantes desse
binômio: O Mulato, de Aluísio Azevedo e as Memórias Póstumas de
Brás Cubas, de Machado de Assis. O que quer dizer: o aparecimento de
uma obra naturalista a par de uma realista...
Tanto na Europa quanto no
Brasil, o Realismo-Naturalismo arrimou-se num ideário que o viria
sobremaneira beneficiar, em três livros: Da Origem das Espécies
(1859), de Charles Darwin, em que este amor estudou a seleção
natural, a hereditariedade, defendendo, pois, o transformismo; a
História da Literatura Inglesa (1864), do positivista Hippolite
Taine, em cujo prefácio este historiador francês estabeleceu a tese
do determinismo literário com sua teoria do meio-raça-momento; a
Introdução da Medicina Experimental (1865), de Claude Bernard, em
que este fisiologista explica a atuação da hereditariedade sobre os
atos e o caráter do homem. São três obras fundamentadas no
cientificismo da época, e que carrearam para a literatura o sentido
da experimentação, da pesquisa, do laboratório.
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte:
“Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968,
volume 7.
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4 comentários:
Mais uma vez desconhecia totalmente o que descreve. Quer-se dizer, tudo não, eu li
Da origem das espécies, de Charles Darwin, mas não sabia que esse livro tivesse dado origem a uma corrente literária.
Um abraço
Cada vez mais aprendemos com você Rosemildo.
Adorei ler.
Bjs-Carmen Lúcia.
Olá, Furtado!
Quando você citou Aluísio Azevedo, me veio à mente, o Cortiço, também, na minha opinião, uma obra prima da literatura brasileira.
Aprendo muito, lendo suas pesquisas.
Abraços!
Olá, Rosemildo!
Já aqui falamos de Realismo e Naturalismo, dando até definições destes conceitos. Todavia, falar de realismo no Brasil é falar, obrigatoriamente, de Machado de Assis, o introdutor deste estilo, desta corrente literária e filosófica nesse país.
Oriundo de família pobre, e pouco dado a frequentar a escola, porque preferia a boémia e os contactos sociais, conseguiu, no entanto, obter um lugar cimeiro na Literatura brasileira. É considerado, ainda hoje, o escritor mais importante a nível nacional.
Se dedicou a todos os géneros literários e só contos escreveu mais de 200. A partir dos 20 anos, se tornou conhecido e mto apreciado.
Ele se casou com uma portuguesa, branca, de nome Carlota Augusta, a quem ele, ternamente, chamava "Carola". A família dela não se opôs ao casamento, embora ele fosse mulato e diz a História e tb as fotos k vi, que ele não era nada bonito, contrariamente a ela que era uma mulher mto atraente e culta.
Lhe escreveu mtas cartas de amor, assinando-as como Machadinho.
Se amaram profundamente. Ela era mais velha k ele uns 5/6 anos, mas esse facto nunca assombrou esta união católica. Não tiveram filhos, mas tiveram uma cadela/cachorra de nome Graziela, que adoraram.
Ficou viúvo por volta dos 65 anos e a partir daí sua vida foi perdendo o interesse e a graça. Começou a ficar senil e morreu aos 69 com esclerose cerebral.
Seu funeral teve honras de estado.
Beijos para todos.
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