HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LERATURA BRASILEIRA –
PARTE 15
Martins Pena também deve ser
distinguido. Verdadeiramente, não se pode dizer que houve teatro
brasileiro nos séculos XVI, XVII e XVIII. Os autos religiosos de
Anchieta, como A Pregação Universal, de finalidade catequista,
pertencem a um autor que se antecipa, historicamente, à formação
de nossa nacionalidade. O mesmo se dá no século XVIII, com Antônio
José da Silva, o Judeu, cujo teatro, apesar de seu autor ser
brasileiro, pertence muito mais a Portugal, onde escreveu toda a sua
obra, do que no Brasil. Esse mesmo teatrólogo dá seu nome à
primeira manifestação do teatro romântico entre nós: a tragédia
Antônio José, de Gonçalves de Magalhães, foi representada, pela
primeira vez, em maio de 1838, no Teatro da Constituição, pela
Companhia João Caetano. Não é, contudo, essa tragédia que importa
a Literatura Brasileira, pois, em outubro desse mesmo ano (1838), a
mesma Companhia, no mesmo teatro, leva à cena a comédia O Juiz de
Paz na Roça, de Martins Pena, na qual o assunto, o ambiente social
são nossos. Luís Carlos Martins Pena foi, pela brasilidade, pelo
espírito de observação, pela alta capacidade de atingir o ridículo
humano, o teatrólogo mais importante do romantismo. França Júnior,
em importância, vem em segundo lugar: não lhe falta senso de
análise, como sentimos quando lhe conhecemos os tipos burgueses que
se movimentam em As Doutoras. Gonçalves Dias, Alencar e Manuel de
Macedo escreveram teatro, mas o poeta que houve em Gonçalves Dias e
o romancista existente em Alencar e Macedo, faces naturais dos seus
talentos, fizeram-nos menores em relação a Martins Pena e França
Júnior...
No
setor da História, Francisco Adolfo Varnhagen merece a referência
de ter criado um sentido científico para a nossa história, antes
apenas cronológica, sem aparato crítico, ausente de fontes e de
investigações. Veja-se lhe, para confirmação, a História Geral
do Brasil.
Na
oratória sacra, não se pode subestimar a presença de Frei
Francisco de Mont'Alvern, cujas Obras Oratórias revelam um autor que
fazia da palavra , eloquente e polêmica. Um instrumento de sincero
patriotismo e de moralidade social...
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte:
“Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968,
volume 7.
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4 comentários:
E eu que pensava que António José da Silva era português.
Muito interessantes estes textos.
Um abraço
Obrigada por compartilhar.
Bjs Rosemildo.Carmen Lúcia.
Excelente post.
Um abraço
Maria
Olá, Rosemildo!
Tenho estranhado você! Está descansando um pouco, portanto de férias, ou está com algum problema de saúde. Queira Deus k esteja mesmo curtindo essa primavera, aí!
Martins Pena foi o criador do teatro no Brasil, se assim podemos dizer. Nasceu no Rio de Janeiro no século XIX e veio a falecer em Lisboa com trinta e poucos anos e não sei do que morreu. Pesquisei, mas não encontrei.
Lhe chamaram o "Molière brasileiro" e com alguma propriedade, embora o teatro no Brasil não tenha tudo um lugar importante e alargado, como teve, por exemplo, a Literatura.
Ficou sem pai qdo tinha um ano, e sem mãe, por volta dos dez, tendo sido entregue a um tutor. evidentemente k esse facto influenciou toda a sua vida futura.
Estudou Comércio, foi funcionário público, estudou leis, foi dramaturgo e Diplomata e produziu, criou várias peças teatrais, onde eram criticadas as pessoas da roça e as da cidade. Para as da roça, que considerava terem bom caráter, a linguagem era simples e brejeira, e para os da cidade era bota abaixo. Falava dos males da sociedade, como se fala atualmente, aí, e as obras dele e se as de outros autores tivessem desaparecido, serviriam, na perfeição, para mostrar a sociedade brasileira e seus grandes achaques.
Todos os outros autores referidos no post, e embora importantes, estiveram longe de atingir a notoriedade de Martins Pena.
Bom domingo.
Beijos para todos vocês.
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