HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA
BRASILEIRA – PARTE 09
Vamo-nos despedindo do século
XVIII. O melhor do Neoclassicismo ou Arcadismo brasileiro, desde o
seu início com as Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa, foi
escrito na segunda metade desse século. Nela, surgem figuras como a
de Matias Aires Ramos da Silva D'Eça, autor das Reflexões sobre a
vaidade dos homens; de sua irma Teresa Margarida da Silva e Orta,
autora de Aventuras de Diófanes – um e outra que, embora tivessem
sido educados em Portugal, e lá tivessem passado a vida, são
brasileiros, e legaram à nossa literatura dois livros: o primeiro,
de natureza ensaística, em que o pensador se confunde com o
moralista genuíno; o segundo, escrito por u'a mulher, e que pode ser
considerado, como tão bem acentuou Rui Bloem, o nosso primeiro
romance.
O século ainda assiste à
publicação do Dicionário da Língua Portuguesa (1789), de Antônio
de Morais e Silva, “perfeito espelho evolutivo da língua no século
XVIII” (Leite de Vasconcelos), e no final, estendendo-se aos
primeiros anos do XIX, com o prolongamento da influência arcádica,
ao aparecimento das obras do Pe. Antônio Pereira de Sousa Caldas, de
Frei Francisco de São Carlos, de José Elói Otôni, de José
Bonifácio de Andrada e Silva, o último dos quais, com o pseudônimo
de Américo Elísio, escreveu sentidas poesias de cunho patriótico.
Não nos esqueçamos, também,
de que o Pe. Domingos Caldas Barbosa, mestiço, poeta repentista, com
sua Viola de Lereno, dando a nota folclórica e popular ao século,
se constituiu um precursor de nossa poesia regionalista.
Em síntese, o século XVIII
foi isto: a) do prisma ideativo: 1) criou nos seres uma preocupação
do saber: o espírito de investigação, fundamentado na atividade e
no progresso científico, cuja máxima expressão é o movimento
enciclopédico entre 1715 e 1789, com Diderot, d'Alembert, Rousseau,
Voltaire, Montesquieu – valorizou o experimentalismo, trouxe
renovação aos espíritos, uma consciência histórica do papel do
homem contra o despotismo (Revolução Americana, 1776, e Revolução
Francesa, 1789); 2) o academismo, ou melhor: o aparecimento das
academias, como a dos Seletos, fundada no Rio, em 1751; a dos
Renascidos, na Bahia, em 1759 – não só procuravam restaurar o
gosto clássico, reagindo contra o Gongorismo, mas também tinham
preocupações científicas, filosóficas, morais – o que dava
ensejo a uma atividade oratória de natureza prática.
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte:
“Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968,
volume 7.
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3 comentários:
Que beleza,Furtado!! Cultura pura.
Há um poema de Claudio Manuel que eu adoro,que fala sobre árvores,não lembro agora todo ele. Claudio Manuel da Costa era conhecido como o "guardador de rebanhos",não era?
Adorei passar por aqui.
Parabéns pelo blog.
Beijos,amigo.
Olá, Rosemildo!
Vamo-nos despedindo do século XVIII e com muita pena minha, pke foi o chamado "século das luzes", ou seja, as mentalidades se abriram e o conhecimento se difundiu, de forma muito mais liberal.
O neoclassicismo foi uma corrente cultural que existiu no século XVIII e k se difundiu no ocidente europeu até ao século seguinte. Tinha como princípios básicos o Iluminismo, k apareceu, k nasceu em França, após a revolução e também o apreço pela cultura clássica.
Se baseava em tolerância, liberdade, fraternidade e igualdade, coisas que nunca foram conseguidas, na sua totalidade.
Os filósofos, Montesquieu, Voltaire e Jean Jacques Rousseau foram os percursores do Iluminismo e mto fizeram para que as mentes progredissem. Os cafés, os salões e as academias eram lugares de encontro para divulgar ideias e trocar saberes.
A criação da Enciclopédia foi um marco histórico na Humanidade, que, ainda hoje, mantém um interesse elevado.
Beijos para todos vocês.
PS: tantos filhos, Rosemildo! Bom, estou entendendo, nesse tempo, nessa época, não havia TV, portanto havia k entreter os olhos e o pensamento e mais qualquer coisa. Você e sua mulher tentaram, tentaram, mas veio sempre menino, por isso, adotaram, por isso, penso eu, uma menina. Bonito gesto!
Que beleza Furtado, aprendendo com sua postagem, enriquecida com o comentário da CÉU. Muito obrigada pela aula de Literatura, abraços carinhosos
Maria Teresa
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