HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA
BRASILEIRA – PARTE 05
A Música do Parnaso, de
Manuel Botelho de Oliveira, também baiano, desperta-nos duplo
interesse: a) quanto ao aspecto gongórico de seus versos; b) quanto
ao seu nativismo, que chega à exaltação (exaltação dos nossos
peixes, frutas, legumes, águas e ares) – como se verifica na
silva, de sua autoria, À Ilha da Maré.
A Música do Parnaso nos
sugere uma incursão pelo Gongorismo, norma literária vigente no
século XVII. O Gongorismo é a face literária do Barroco. Daí a
razão de este último termo gozar de uma conceituação mais
extensa, passando a quase todas as formas superiores da Arte:
arquitetura, música, etc. Etimologicamente, barroco filia-se ao
espanhol barrueco, denominação de uma pérola de superfície
irregular. Pela lei da extensão semântica, essa irregularidade
atingiu os domínios da Arte em geral, e tudo aquilo que, nos séculos
posteriores ao XVI, século da ordem e da justa medida, exorbitou
quer na essência, quer na forma, recebeu o nome de barroco.
Se agregarmos ao termo o
sufixo ismo, de doutrina, teremos, mais disciplinarmente, o nome da
estética. Assim, do prisma literário, e, se lhe quisermos dar
privilégios de Escola, já que, por suas características formais e
essenciais, o estilo barroco pertence a todos os tempos, o
barroquismo, arte ou estética do período subsequente ao
Renascimento, possui duas direções: barroquismo de forma e
barroquismo de essência. Nuns autores, predomina uma das direções,
como se dá com o Pe. Antônio Vieira em Portugal, muito mais barroco
de essência do que de forma; em outros, como é exemplo o nosso
Gregório de Matos em sua poesia lírica e em sua poesia de unção
religiosa, as duas direções se harmonizam: a poesia de Gregório
rebusca a perfeição formal nos moldes do vasto repositório do
Gongorismo poético – os cinco volumes da coletânea denominada
Fênix Renascida.
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte: “Os Forjadores do
Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
Visite também:
Clicando aqui:
3 comentários:
Sempre a aprender com os seus textos.
Um abraço
Oi, boa noite meu lindo amigo!
Ando pra lhe dizer isto há imenso tempo: tenho tratado sempre você por (de) Rosemildo, mas você assina seus comentários, por exemplo, e o tratam tb por (de) Furtado. Qual prefere? Seja sincero! Vá lá! Eu sei k os homens, em geral, gostam de ser tratados pelo apelido, o último, preferencialmente, e você, provavelmente não é exceção. Depois, me fala a verdade. Tá? Tanto k escrevo português do Brasil, k, desse jeito, viro brasileira, sem dar por isso (risos).
Já li seu post, e olha não sei NADA de Manuel Botelho de Oliveira, mas tenho de pesquisar, caso não, o "patrão" não me "paga" mais (risos). De Gongorismo, sei o essencial, mas você já escreveu bastante sobre isso.
Pra semana que vem, vou estar ausente da net e de Lisboa, portanto, tenho k pôr a "escrita em dia". Penso postar lá para 12/13 de setembro, se Deus quiser.
Fique bem e tenha uma linda noite, aí, ainda tarde.
Beijos e abraços para todos vocês.
Olá, Rosemildo!
Vamos a ver se eu "estudei" bem a "lição"!
Manuel Botelho de Oliveira nasceu na Bahia no século XVIII, mais um português a nascer nessa cidade, enquanto o Brasil foi nossa colónia, e foi advogado, político e poeta.
Foi amigo de Gregório de Matos, mas esteve longe de ser o homem polémico, como seu colega o foi, e de quem já aqui falei.
Filho de uma família de classe média, veio para Lisboa para cursar Direito em Coimbra, onde se licenciou. Regressou, depois ao Brasil, desempenhou alguns cargos, não de grande notoriedade, tal como a advocacia, e faleceu na Bahia, também, já depois dos 70 anos.
Sua principal obra foi a "Música do Parnaso", como você aqui referiu, e k era uma coletânea de poemas escritos em Português, Latim, Espanhol, Italiano e Castelhano.
Foi o primeiro português a publicar um livro no Brasil. Acho isso um dado importante.
Qto ao Gongorismo foi uma corrente literária, k surgiu nos séculos XVII e XVIII, e deveu seu nome ao poeta espanhol Luís de Gôngora. As características dela, se encontram em seu post, e repetir aquilo k o blogueiro, você escreveu não faz meu género. Eu tenho minhas próprias palavras pra comentar, então, por que usar as do outro blogueiro/a? Pra encher comentário, não vale a pena, pke as palavras, até agora, e graças a Deus, nunca me faltaram.
Lindo e luminoso dia.
Beijos para todos vocês.
Postar um comentário