quarta-feira, 20 de maio de 2015

Literatura Portuguesa - Parte 20.

 

A conversão de S. Paulo. Miguel Ângelo

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA – PARTE 20

D – O setecentismo

Se o século XVII foi em grande parte da Europa, um período em que se tem uma espécie de marasmo nas atividades literárias, o século XVIII, ao contrário, é o século do Iluminismo, o século das “luzes”, isto é, um período em que se testemunha uma febril atividade em todos os campos da cultura, especialmente no terreno das ciências. Essa agitação também se reflete no campo sociopolítico-econômico, e presenciamos aí, o início da chamada “revolução industrial” – da mesma forma que no século XV já havíamos presenciado a “revolução comercial” – e a ascensão definitiva da burguesia como classe dominante, ascensão essa que iria culminar na revolução Francesa.
 
Esse desenvolvimento geral da ciência e da técnica, bem como o aumento da riqueza e do bem-estar social que ocorreram no século XVIII tiveram influências marcadas nas atividades literárias, como não poderia deixar de ser: aperfeiçoamento das impressoras, que permitiu o barateamento (e a consequente maior difusão) do livro e o aparecimento dos jornais diários, e o aumento do público ledor, que começou a permitir, aos escritores, a fuga ao mecenato. De fato, até mais ou menos o século XVIII, praticamente nenhum escritor – e por que não dizer artista? – conseguia viver da sua pena, a não ser quando conseguia ser “protegido” por algum mecena, fosse ele o rei, algum nobre, ou simplesmente um burguês endinheirado. Foi o que aconteceu com Miguel Ângelo, por exemplo, ou com Luís de Camões. Esse estado de coisas começou a mudar a partir do século XVIII, e isso permitiu um notável aumento no número de escritores e uma maior independência para cada um deles. 
 
Em Portugal, o século XVIII caracteriza-se por um particular incremento nas atividades culturais – fundação de escolas e de academias científicas – e, no campo da literatura, pelo aparecimento das “escolas literárias”, não só no sentido de estilo e características literárias, mas também no sentido de grupos de escritores que se filiam conscientemente a determinadas correntes literárias. Se quiséssemos usar uma terminologia marxista, diríamos que até o século XVIII as escolas literárias existiram como “escolas em si”, ao passo que dessa época em diante começaram a existir como “escolas para si”, isto é, tomaram consciência de que existiam como escolas literárias. A primeira escola ou corrente literária que surgiu, nesse sentido, em Portugal, foi a Arcádia.
 
Obs: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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8 comentários:

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Oi Rosemildo,passando para agradecer sua visita em meu espaço.
bjs Carmen Lúcia.

Evanir disse...

Amigo Rosemildo...
Tenho andado bastante ausente mas nunca esqueço de todos amigos que tive a felicidade de compartilhar de uma linda amizade.
Hoje passo para te deixar hoje abraço sem duvidadas com enorme saudades.
Obrigada por sua amizade.
Beijos ..Evanir..

Maria Teresa Valente disse...

Boa noite Furtado, pelo que se percebe a literatura só deslanchou depois que as escolas "perceberam" sua função, como literárias. Muito interessante conhecer esses detalhes. Agradeço, abraços carinhosos
Maria Teresa

SOL da Esteva disse...

A Literatura (antiga e moderna) são o génese da nossa Língua Materna.
Quando não é vista deste modo, tudo se perde e tudo se transforma... para pior.


Abraços



SOL

Linasolopoesie disse...

Caro amico Rosemildo
Seguo con molto interesse anche parte 20 .. Cose che prima non ne ero a conoscenza e che apprendo a ogni tuo capito . Non mi resta che dire : Alla prossima . Ti saluto . Lina

Andradarte disse...

Quando as coisas são feitas com gosto.....vale sempre a pena.Se houver mais gente a gostar.....melhor.
Abraço

Tais Luso de Carvalho disse...

Mas por que não??? Um belo blog! Quem quiser conhecer literatura, aporta aqui.E volta, independente de deixar comentário ou não. Vim várias vezes, acho muito interessante e bem feito.
Continue, Furtado!
Bjus.

CÉU disse...

Olá, Rosemildo!

Como você está?

Bem, estamos no século XVII, aqui, no post, e de facto, e tal como você escreveu nada de transcendental aconteceu, no plano cultural, nesse período. Penso k as mentes não estavam estagnadas, mas o mundo estava em mutação.

O século XVIII foi chamado o "Século das Luzes", no sentido de esclarecimento e abertura, pke, efetivamente a cultura explodiu, por quase toda a Europa, com início e predominância em França.

O Iluminismo foi uma corrente filosófica criada por pensadores franceses, sendo os mais importantes: Jean Jacques Rousseau, Montesquieu e Voltaire. As bibliotecas surgiram por toda a parte, tal como os cafés, onde se discutiam ideias culturais, naturalmente.
A criação da Enciclopédia por Diderot e D' Alembert foi das "coisas" mais importantes, k sucederam no século XVIII.

Portugal não foi exceção, naturalmente, embora de forma mais branda. a Arcádia Lusitana mostra bem esse aspeto e importância.

Tudo de bom!

Abraços.

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