HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA –
PARTE 19
C – O seiscentismo
No século XVII, podemos citar
como nomes importantes: Rodrigues Lobo, Padre Manuel Bernardes, Padre
Antônio Vieira e D. Francisco Manuel de Melo. Mas apenas um deles
foi literato realmente de vulto: o Padre Vieira, único autor de que
vamos tratar em relação ao século XVII, neste trabalho.
O Padre Vieira nasceu em
Lisboa em 1608 e morreu na Bahia, na nossa pitoresca Bahia, em 1697.
Passou grande parte da sua vida em nosso país, onde se ordenou
sacerdote e onde começou sua carreira de grande orador e pregador.
Antônio de Sousa de Macedo
Vieira teve uma vida muito
intensa nos terrenos educacional e político, e usou abundantemente,
para conseguir os fins que perseguia, sua linguagem fácil e bela,
nos púlpitos e nas cátedras que ocupou. Essa foi a sua grande
contribuição para a língua portuguesa, melhor diríamos,
luso-brasileira: os Sermões. Além disso, escreveu muitas cartas,
especialmente no período em que passou nos cárceres da Inquisição
(1662 a 1665), por causa das suas posições a favor dos
cristãos-novos, isto é, dos judeus recém-convertidos ao
cristianismo. A Arte de Furtar, a ele atribuída, não mais é
considerada, hoje, como obra sua, mas sim de Antônio de Sousa de
Macedo.
Influenciado pelos grandes
oradores da Antiguidade Clássica, Vieira fez com que os seus sermões
obedeçam a uma estrutura rígida: têm sempre uma introdução, uma
invocação, uma argumentação e uma peroração. Na introdução, o
orador propõe o tema do sermão e traça o seu plano geral; na
invocação – geralmente se trata da Virgem Maria – Vieira pede o
auxílio dos poderes sobrenaturais para si próprio e para os seus
ouvintes; na argumentação, tece os comentários que julga úteis,
no que muito o auxilia a sua enorme erudição e a sua experiencia de
vida; finalmente, a peroração é o fecho do sermão.
O leitor certamente prestou
atenção no fato de termos citado nesta secção uma grande
porcentagem de autores religiosos, o que não havia ainda acontecido
em outras partes deste trabalho. Não foi por acaso. É que, no
século XVII, a cultura portuguesa esteve praticamente nas mãos do
clero, para o que muito contribuiu a união do reino com a Espanha
(de 1580 a 1640) e a importação da Inquisição e das ordens
religiosas que operavam nesse país. Aliás, o fenômeno da dominação
eclesiástica nessa época é mais ou menos comum nos países de fé
católica romana; o século XVII é o século da Contrarreforma e,
consequentemente, das perseguições religiosas, da censura, do
obscurantismo, da intolerância. Nessas condições, não é de
causar admiração que tenha havido um decréscimo mais ou menos
geral das atividades culturais dos leigos nessa época, especialmente
no campo literário.
Obs: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte: “Os Forjadores do
Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
Visite também:
Clicando aqui:
5 comentários:
Amigo o seu trabalho em prol da
cultura neste seu blogue é muito
importante e de muito nível.
Merecia ter muitas mais visitas
e comentários.
Desejando que se encontre bem.
Abraço amigo.
Irene Alves
Boa noite, Rosemildo!
Tudo bem com você e sua família? Por aqui, tudo satisfatório, graças a Deus.
Pensava encontrar, aqui, mais comentários, pelo menos, dos amigos/as k, geralmente, deixam aqui umas palavrinhas, mas, decerto, não lhes foi, ainda possível.
Em Portugal tem estado bom tempo, sabe, embora, de vez em qdo, o vento parece k nos quer levar pelos ares, pelo menos, em Lisboa, mas penso k tem sido no país todo, assim.
Amanhã, o calor vai continuar, mas pra semana, as temperaturas vão descer. Hoje, todo o mundo foi pra praia, aproveitando o solzinho, e depois, no regresso, as longas filas, mas "quem corre por gosto, não cansa", como se diz, por cá. Eu fiquei, tranquilamente, em casa, fazendo faxina (é assim k vocês dizem aí), tarefa de k mto gosto.
Este post é mto interessante, mais longo e denso k os anteriores, e aborda vários assuntos na mesma publicação.
O Padre António Vieira, vocês aí, dizem o Padre Vieira ou só Vieira, é, de facto a figura central do mesmo.
Reforma e contrarreforma, são, tb, assuntos bem importantes para compreendermos algumas atitudes e acontecimentos ocorridos no século XVII.
Bom, isso foi apenas um resumo, (sinopse, como vocês aí falam), bem pequeno do conteúdo da sua postagem.
Já passa da meia-noite, aqui. Voltarei, se Deus quiser, logo k me seja possível.
Bom fim de semana.
Beijos pra todos vocês.
Um período bem negro da nossa história amigo. O que a Inquisição fez foi uma mortandade sem tamanho. Custa a crer que homens religiosos, que deviam ter por lema o novo mandamento de Jesus "Amai-vos uns aos outros como irmãos" matassem tantos inocentes, só porque comungavam ideias diferentes.
Salva-se dessa época a literatura.
Um abraço e bom Domingo
Oi Rosemildo,
Esse blog não é pra mim, vou passar para meu filho que é super culto.
Eu gosto mesmo é de física. Português e sua história é com o meu filhão.
Beijos
Olá, Rosemildo!
Tudo bem?
Tal como lhe prometi, aqui estou eu, de novo.
Das várias figuras, sobretudo escritores, do século XVII, e que você, nesse post, já referiu, o Padre António Vieira, foi, sem dúvida alguma, o mais importante, e também, o mais controverso.
Nasceu em Lisboa, na freguesia da Sé, no seio de uma família modesta, e com seis anos, apenas, foi para o Brasil. Diz-se k sua mãe era mulata ou africana, seu pai, português, e talvez, devido a essa mistura de culturas, seu pai e influenciado por sua mulher, foi para esse país.
Desde mto cedo, o Padre António Vieira se insurgiu contra as discriminações sociais, contra o excessivo "peso" da igreja católica, contra o Tribunal do Santo Ofício, apoiando, sempre a luta dos mais fracos.
A sua obra é vasta, mas os Discursos e os Sermões, ficando célebre o de "Santo António aos Peixes" (aconselho a k leiam) foi o mais célebre e emblemático.
O Padre António Vieira não esteve, sempre, no Brasil. Veio a Portugal e foi, também, a Itália, tomando aí contacto com as populações e com os revoltados dessa época.
O clero, e desde a idade Média (século V-XV), sempre dominou a sociedade, sobretudo, no aspeto cultural, pke era a única classe social k sabia ler e escrever. Nem o rei sabia, considerado figura mais importante, aquele k mandava, que tinha o poder, portanto, era analfabeto. Creio k já disse isso aqui, num comentário anterior.
A Reforma Protestante verificada no século XV foi liderada por um monge alemão, de nome, Martinho Lutero, k pôs em causa e quis abolir alguns dos os dogmas da Igreja Católica. Tudo começou, devido às Indulgências, mas ele se esqueceu do significado desse termo, k tem origem no Latim, e k significa ser gentil, ameno, e tb não pensou nas pesadas Penitências, algumas com severos castigos e até mortes, que a igreja onde fui batizada e k sigo, cometeu. As indulgências, tiveram como finalidade, suavizar as coisas desumanas, erradas, k a própria igreja católica tinha cometido, anteriormente, mas Lutero não percebeu essa intenção.
Posso amar e seguir uma pessoa ou instituição, mas sei reconhecer os seus defeitos, erros e abusos.
A doutrina de Martinho Lutero não teve grande adesão, e outros, pensadores e religiosos, como João Calvino, tb, protestante, quis modificar a teoria de Lutero, e enfim, se deu a divisão e o desentendimento entre eles, o k só veio favorecer e fortalecer o catolicismo.
Dessa forma, se explica que, no norte da Europa exista a religião Protestante, com alguma incidência, mas dividida: Presbiterianos, Anglicanos, etc. sendo, todavia, predominante o catolicismo.
E tal como houve a Reforma Protestante, teria, natural e historicamente, k haver uma resposta da Igreja Católica, e ela surgiu mais tarde, com o nome lógico e oposto: Contra Reforma, apoiada no Concílio de Trento.
Tenha uma excelente semana.
Agradeço visita e comentário deixado no meu blogue.
Beijos para todos vocês, nunca esquecendo sua amada neta.
Postar um comentário