HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA –
PARTE 13
Ao lado dessas obras todas,
que podemos chamar de profanas, desenvolveu-se também nos tempos da
consolidação da nacionalidade portuguesa uma literatura sacra,
religiosa ou mística: comentários dos Santos Padres, tratados de
Teologia, vidas de santos, sermões, poesias religiosas etc. Essa
literatura – originais e traduções – têm pouco valor artístico
e influenciou também pouco a vida cultural do país. E isso por uma
razão principal: quase não era difundida fora dos muros dos
conventos da época, a não ser no caso dos sermoes. Além disso,
muitas obras religiosas foram escritas em latim que, apesar de ser a
língua oficial da Igreja Católica Romana e de já ter sido falado
na península, não mais era compreendida pelos leigos, a não ser
por certas culturas muito privilegiadas, que não eram muito
numerosas naqueles tempos.
Finalmente, chegamos ao século
XV, que tem uma particular importância, tanto para a história da
nação portuguesa em geral, quanto para a literatura do país. Para
a nação em geral, mercê das transformações socioeconômicas que
se deram em Portugal nessa ocasião. Para a literatura portuguesa,
porque foi nesse século que apareceu o primeiro real grande nome das
letras lusitanas: Fernão Lopes, o verdadeiro fundador da
historiografia em Portugal.
O
século XV marca em Portugal, da mesma forma que em outras partes da
Europa, o começo da luta entre o feudalismo e a burguesia, classe
social que começara a crescer em força e em número cerca de um
século e meio antes, especialmente depois da expulsão do invasor
muçulmano e da consolidação das fronteiras do país. Nos primeiros
tempos, essa classe, artesanal e comerciante, viveu sob o mais férreo
jugo feudal, crescendo à espera do momento oportuno para iniciar a
luta de libertação. Em Portugal, esse movimento chegou nos fins do
século XIV e teve como pretexto a sucessão de Fernando I, o último
descendente masculino legítimo da Casa de Borgonha, fundada por
Afonso Henriques. Fernando havia se casado com uma nobre portuguesa,
Leonor de Teles, e tivera desse casamento uma filha apenas, Beatriz,
que se casara com João I, de Castela. Quando Fernando morreu (1383),
surgiu a luta entre partidários de castela, a nobreza feudal, e os
que pretendiam manter a independência do reino, a burguesia
artesanal e comerciante das grandes cidades, liderada por João,
Grande Mestre de Avis, filho ilegítimo de Pedro I, o Cruel. João
foi eleito pelas cortes reunidas em Coimbra, e João I, de Castela,
invadiu Portugal. A luta entre as forças dos dois rivais foi rápida.
Os espanhóis foram completamente desbaratados na Batalha de
Aljubarrota (1385), e, a partir desse momento, a burguesia portuguesa
caminhou a passos largos para a emancipação econômica e política.
Começa a expansão marítima de Portugal – primeira conquista:
Ceuta (1415), nas costas da Africa – e intensifica-se o comércio
com algumas regiões do norte da Europa: Flandre e Inglaterra.
Obs: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte:
“Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968,
volume 7.
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7 comentários:
Rosemildo,
Li, num ápice. Passarei para comentar depois.
Tudo de bom e boa Páscoa!
Rosemildo
Sono di nuovo da te per rinnovarti di nuovo gli auguri per una serena Pasqua a te e famiglia . Ti lascio un saluto dall'Italia . Ciaoooo Lina
A nossa história é baseada em brigas e disputas, muitas vezes desleais.
Não sei dizer se regredimos ou evoluímos, como seres humanos. Estamos sempre em disputa.
Feliz e Abençoada Páscoa para você e sua família, abraços carinhosos
Maria Teresa
Olá, Rosemildo!
Afinal, sempre consegui um espacinho, no tempo, pra vir até aqui, hoje.
Bem, fazendo uma breve revisão do que foi escrito no anterior post, podemos dizer que se falou de Literatura Portuguesa e Europeia, sobretudo espanhola e francesa. Se tratava de Literatura, que versava diversos assuntos, sobretudo sociais e políticos, portanto, coisas mundanas, profanas.
Nesse post, fala-se de outra forma de Literatura: a religiosa.
Só os membros do clero, frades, monges, etc. sabiam ler e escrever, e nem mesmo o rei, figura mais importante da época, o sabia fazer, portanto os livros escritos à mão focavam assuntos de cariz religioso.
Estamos no século XIV, aqui, nesse post, e aí começam os problemas, devido sobretudo, à Crise de 1383-85, que começou por ser dinástica, mas tinha já, por base, causas sociais e políticas, bem profundas.
Povo com péssimas condições de vida, (a "história" do povo é sempre igual), nobres interessados em mais riqueza, conseguida com descobertas e conquistas, clero, divulgar a fé cristã e burguesia, enriquecer com o comércio.
Em 1415, e como é aqui referido, se inicia a EXPANSÃO PORTUGUESA em África com a tomada da praça marroquina, de nome, Ceuta.
Como disse o historiador, Fernão Lopes: "Ceuta foi um sonho breve", e foi, porque os Árabes desviaram as rotas do comércio para locais que os Portugueses ainda não conheciam.
De qualquer modo, os Portugueses não tiveram uma atuação louvável, porque num dia, tomaram, cercaram a cidade e se apoderaram de todas as riquezas. Obviamente que os Árabes lhes deram uma resposta total, mais tarde, com o desvio que atrás já referi.
Contudo, os Portugueses não pararam, e continuaram ao longo do litoral africano, descobrindo e conquistando terras, de que, mais adiante, se falará.
SANTA E REDENTORA PÁSCOA PARA TODOS!
Um abraço, Rosemildo!
Olá, Rosemildo!
Relendo o meu comentário, acima, vejo que cometi um lapso geográfico e que é, qdo digo: "Literatura Portuguesa e Europeia...." Bem, ate parece que Portugal não esta situado, geograficamente, na Europa. Que distração!
Para ficar correto, então, direi que se falou da Literatura em Portugal e também em Espanha e França.
Feliz domingo de Páscoa!
Aquele abraço!
Caro Furtado, estamos a entrar, porventura no período monumental da história de Portugal e consequentemente, na da criação dum mundo moderno, de que os portugueses tiveram o mais importante papel.
Abraços
Caro Furtado, estamos a entrar, porventura no período monumental da história de Portugal e consequentemente, na da criação dum mundo moderno, de que os portugueses tiveram o mais importante papel.
Abraços
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