HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 2
ARGENTINA – II
A poesia modernista de Lugones apresenta versos notáveis
pela variedade e harmonia de sons e com os quais transmite suas
ideias filosóficas e socialistas. Na prosa, Lugones destaca-se pela
autoria de contos, como “Los caballos de Abdera” e “La lluvia
de fuego”. A poesia de Banchs caracteriza-se pela preocupação
quanto à perfeição formal. Banchs é o autor dos sonetos de
melancolia e de meditações reunidos no livro “La urna”.
Fernández Moreno é o excelente impressionista capaz de conceder
elevação poética a temas simples; a suavidade de seu estilo é
comprovada em seus livros “Intermedio provinciano” e “Penumbra”.
Alfonsina Storni poetiza seu amor malogrado no livro “Ocre”.
Horacio Quiroga é o excelente contista determinado pelo realismo impressionista de "Cuentos trágicos"; "Cuentos de Amor, de Locura y de Muerte" e Anaconda". Güiraldes imortalizou-se com "Don Segundo Sombra", incontestavelmente a melhor obra sobre o gaúcho. O romance-ensaio de "una pasión argentina". A dramaturgia argentina foi estimulada pela obra de Florencio Sánchez, uruguaio de nascimento, caracterizada pela simplicidade e realismo. Sánchez atinge o sentido trágico com "Barranca abajo", autêntica obra-prima do teatro hispano-americano e que descreve a decadência de uma família gaúcha tradicional.
A moderna prosa argentina apresenta Benito (1885-1952),
H. A. Murena (1924-1975), Júlio Cortázar (1914-1984); sua moderna
expressão poética é realizada por Ricardo Molinari, Eduardo
Gonzáles Lanuza, Carlos Mastronardi, Vicente Barbieri, Maria Elena
Walsh e Roberto Ledesma.
Benito Lynch tem como obra-prima o livro “El inglés
de los güesos”, no qual apresenta com estilo conciso suas
descrições de aspectos psicológicos e paisagísticos. Murena é
notável contista em “El centro del infierno” como também o é
seu contemporâneo Julio Cortázar em “Las armas secretas” ou em
“Final del juego”, com os quais revela excepcional domínio da
técnica deste gênero. Contista e poeta é Jorge Luis Borges
(1899-1986), expressionista e mestre no estilo vigoroso e na visão
original do mundo e de suas contradições, como é demonstrado em
“El jardin de senderos que se bifurcan”, em “Ficciones” e “El
Aleph”.
Molinari, poeta que atinge o clímax de sua inspiração
em “El huesped y la melancolía” e em “Unida Noche”,
apresenta sua temática, centralizada no amor e na morte, com
expressão cuidadosamente elaborada. Os temas prediletos de Lanuza
são a fugacidade e a insegurança da existência humana. Poesia de
suprema intensidade é apresentada em “El pájaro em la tormenta”
de Roberto Ledesma. Mastronardi é o poeta da paisagem humana e
física provinciais, às quais concede dignidade artística. Maria
Elena Walsh notabilizou-se com seu livro “Casi milagro” e Vicente
Barbieri, com “La coluna y el viento”, cujos versos atingem tons
emocionais de símbolos graças ao excelente emprego de metáforas
ousadamente compostas e reforçadas pelo poeta.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7
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2 comentários:
Gosto muito da literatura argentina, especialmente de Borges e de Lugones, de quem traduzi "As Forças estranhas".
Post completo. Muito bom.
Bom dia, Rosemildo.
Abraço,
Renata
Um post que muito apreciei ler.
Gosto muito do Borges.
Desejo que o amigo esteja bem.
Um abraço
Irene Alves
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