HISTÓRIA DA
LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA
OCIDENTAL – PARTE 53
LITERATURA ALEMÃ
O século XIX
europeu poderia ser resumido pelo estudo dos seus três grandes
pensadores: Karl Marx, Kierkergaard e Friedrick Nietzsche, todos com
reconhecimento tardiamente alcançado. Na preparação do século XX
a ação dos três é insuperável, mas, deve ser aqui destacado
sobretudo a influência literária de Nietzsche (1844-1900). Dotado
de original e potente visão revolucionária do mundo, Nietzsche
opunha-se a todo pensamento dominante na vida cultural europeia e
vivenciava a procura de uma síntese superior da serenidade grega e
da inquietude,do elemento apolíneo através do qual se transcende o
indivíduo para atingir a vida total e do elemento dionisíaco de
realizar a plenitude de sua personalidade. São temas dominantes
desta reformulação transcrita em prosa poética por Nietzsche: a
transmutação dos valores, a luta contra a moral dos escravos e o
estabelecimento de uma moral dos senhores, a decadência do estado
ático a partir de Eurípedes e Sócrates, a exaltação da alma às
custas do rebaixamento do corpo como contribuição cristã, a
democracia como religião do sofrimento humano graças a uma moral de
escravos, a criação do super-homem de vida dionisíaca e dotado de
vontade de poder etc. O aparecimento de uma nova humanidade segundo
as linhas da cosmovisão nietzscheniana serviriam, mais tarde, para
as monstruosidades da época do nazismo hitleriano. Nietzsche é
excelente na criação na criação poética e na maestria com que
elabora aforismos, na multiplicidade de ritmos, na observação
cuidadosa da vida interior, no lirismo e na fascinação de suas
imagens. A música verbal de Nietzsche é encontrada em suas obras:
“Also sprach Zarathustra”, sua obra-prima; “Lieder und
Sprueche”, coleção de sua lírica; “Jenseits von Gut und Boese”
“Der Wille zur Macht”; “Zur Genealogie der Moral”;
“Antichrist”; “Menschliches”, “Alzumenschliches”, etc.
Nietzsche anuncia o impressionalismo literário alemão.
Fonte: “Os
Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume
7, página 101.
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