quarta-feira, 18 de maio de 2022

Grandes vultos: Samtos Dumont - Parte 17.


William Howard Taft

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 17

Isto mesmo repete em 1911 o Sr Richard Ferris, em seu livro How to fly, edição de Thomas Nelson & Sons, Nova Iorque, pág. 395: “Estes (os voos de Santos Dumont em 1906) foram, na Europa, os primeiros realizados por aparelhos mais pesados que o ar e, bem assim, os primeiros voos públicos do mundo”. --These were first flights of heavierthan-air machines in Europe, and the first flights anywhere”.

Ainda em 1953, numa biografia do grande brasileiro dedicada à juventude ianque e bastante inspirada nos meus escritos (Bicyclesin the sky, Edtôres Ch. Scribner’s Sons, New Tork) proclama a Senhora Rosa Brown: “Santos Dumont made the first public showing of an airplane in flight, for the Wrights did not make a public flight until 1908”. “Santos Dumont realizou a primeira demonstração pública de um aeroplano em voo, pois os Wright não voaram publicamente antes de 1908”.

Não ignora que, em 1903, alguns jornais dos Estados Unidos noticiaram voos a motor dos Wright. Fizeram-no por sugestão de um inteligentíssimo pirata americano por eles mancomunado: Octavio Chanute, sujeito bastante instruído e de ampla goela – ávido de dinheiro. Foram esses jornais o World de Nova Iorque, de 19 de dezembro, o New York Daily Tribune, da mesma data, o New York American e o Virginian Pilot, de Norfolk. Nenhum desses papéis públicos, entretanto, autêntica as fantasias que imprime – Não direi já com fotografias, mas com gravuras ou simples desenhos imaginosos. E nenhum declara (isto é essencialíssimo) que viu o que divulga. Nenhum! Todas as notícias são de orelhada, de palpite – não de vista. E os Wright, temendo que alguém se dispusesse a averiguar a autenticidade de tais balelas (pois tratava-se de voos planados e não a motor) declararam imediatamente que elas, na realidade, carecia de consistência. Que eram exageradas! Desmentiram-nas preto no branco, por intermédio de Octavio Chanute. Redondissimamente.

Claro que eram exageradas, falsas! Tão exageradas, tão falsas, que, em fins de 1905, o Ministro da Guerra de Washington, dirigido por William H. Taft, ainda não acreditava terem eles a sua passarola em estado de alçar voo – “brought to the stage of pracitical operation” (John R. Mc. Mahon, The Wright Brothers). Os Estados Unidos mostravam-se então vitalmente interessados em solucionar o problema do voo mecânico. Em Washington, o Congresso votara 100.000 dólares (cem mil dólares!) para tal fim e, com uma parte desses fundos o governo financiaria as experiências de Langley. Gastaria um milhão, dois, dez! Pois nessa época, respondendo a uma carta em que os Wright propunham a venda ao Estado de sua engenhoca, William Howard Taft, de Ohio, da terra de Orville, deu o contra! Ignorava as proezas dele e do mano em Dayton, Ohio. Ele, Taft, nascido, criado e educado em Cincinnat – vizinho de Dayton! Ele que tinha em Dayton centenas de amigos e que sempre passava por lá. Ele, homem culto, super informado, futuro presidente dos Estados Unidos. É de arrasar! Escachante!

Continua

GONDIN DA FONSECA

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