quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Literatura Brasileira - Parte 13.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA – PARTE 13
 
A ironia, a inquietação, a obsessão da morte – constantes na poesia baironiana – refletem-se na do nosso Álvares de Azevedo, de maneira vivencial e, ao mesmo tempo, perturbadora. Dos nossos românticos, Álvares de Azevedo parece ter sido o que melhor assimilou o spleen baironiano. Em outra direção, não foi o processo do romance histórico europeu (o de Walter Scott, de Cooper, de Garrett, de Herculano) que se reproduziria na arquitetura do romance histórico alencariano? Poucos Romantismos podem comparar-se ao nosso, em se tratando da revelação de valores! Se assimilamos a experiencia europeia, a experiencia dos românticos europeus nos gêneros de que a nova estética se fez pregoeira, também criamos, de acordo com o nosso gênio poético, o nosso lirismo inato, verdadeiras obras-primas. Num ensaio há tempos publicado, não perguntava Gilberto Amado, referindo-se a Castro Alves: que literatura pode apresentar um valor como esse poeta que, morto aos 24 anos, deixou, entre outros, um livro como Espumas Flutuantes? Quantos Romantismos podem apresentar uma elegia como o Cântico do Calvário, de Fagundes Varela? Foi mais autentico, por ventura, do que o de Gonçalves Dias e de Alencar o indianismo de Chateaubriand e de Cooper? Nossa literatura teve a seu favor a coincidência de, no século XIX, assistir o Brasil ao nascimento de uma plêiade de talentos artísticos à maneira de como ocorreu com a França nesse mesmo século e nessa mesma estética. Bastariam os nomes de Castro Alves, de aparato verbal grandiloquente, adaptável aos grandes temas sociais e polêmicos como a escravidão que seu estro vituperou; de Gonçalves Dias, em quem a nacionalização da poesia tem procedência na sua capacidade de intuir a natureza em todos os seus aspectos, de fazer do índio um mito poético.
 
Gonçalves Dias, que Bilac julgava o maior de todos os nossos românticos, chegou a impressionar o gênio austero de Alexandre Herculano. Não foi, pois, baldado o grupo de admiradores, o chamado Grupo maranhense que se formou sob a égide, e que se constituía de homens como João Francisco Lisboa, autor de uma excelente biografia do Pe. Antônio Vieira, do humanista e tradutor (aliás de notáveis recursos) Odorico Mendes, do gramático Sotero dos Reis...
 
Ob: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
Visite também: 
Clicando aqui:

4 comentários:

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Mais um ensinamento lindo Rosemildo.
Bjs e obrigada pela visita.
Carmen Lúcia.

CÉU disse...

Olá, Rosemido!

Naturalmente que quase todos os escritores sempre sofrem influências dos que os antecederam, em todos os países, e Álvares de Azevedo não foi exceção.
O fatalismo, o medo da morte, que se tornou patologia grave, tal como o desconserto do mundo de k falou Camões, está presente no espírito e nas obras desses escritores românticos brasileiros.
Esse morreu bem jovem, com vinte anos, apenas, vítima, segundo nos diz a História, da epidemia que grassava nesse tempo: a tuberculose, embora outros historiadores tenham apontado outras causas para a morte dele.
Profundamente influenciado por Lord Byron e Goethe, ainda escreveu bastante livros e frequentou a Faculdade de Direito, mas a morte o não deixou prosseguir e brilhar mais ainda.

Castro Alves escreveu muitos poemas sobre a escravidão e foi considerado o "Poeta dos Escravos", defendendo sempre a liberdade deles e seus direitos.
Morreu jovem, tb, com vinte e poucos anos, acometido, tb, de tuberculose, mas esse numa caçada feriu um pé k teve de ser amputado. Amou e desamou, algumas vezes, como é natural, mas a amputação o privou de continuar sua caminhada.

Em quase toda a Europa, mas sobretudo em França, Portugal e Inglaterra, surgiu todo um conjunto de geniais escritores, que, direta ou indiretamente influenciaram os românticos brasileiros, que, ainda hoje têm suas características próprias e únicas.

O Romantismo do Brasil foi diferente, embora influenciado, de todos os outros, pke vocês receberam/recebem e receberão, aceitam mto bem todas as culturas, raças e credos, e portanto, a miscigenação se fez, se faz e se irá continuando a fazer. Não podemos deixar de falar de África, cujo sangue está em vossos veias em elevadíssima percentagem, devido à Rota triangular do Atlântico, entre outros fatores.

Beijos.

Elvira Carvalho disse...

De todos só li Castro Alves, os outros são-me completamente desconhecidos.
Um abraço e bom fim de semana

Silenciosamente ouvindo... disse...

Através do seu blogue tomo contacto com escritores que até
então me eram totalmente desconhecidos. Vir aqui é uma
fonte de maior enriquecimento, que tenho que agradecer ao meu.
Abraço
Irene Alves

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...