quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Literatura Ocidental - Parte 67.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 67

LITERATURA ITALIANA -- IX


Giovanni Pascoli é também precursor do Verismo, como o será d'Annunzio. Pascoli escreveu seus melhores versos em “Poemetti”, “Myricae”, “Nuovi Poemetti” e “Canti di Castelvecchio”. Seus temas são rústicos: a terra, a vida campesina, os seres humildes, a fraternidade e a solidariedade universal. Sua religiosidade é serena sem manchar-se de conformismo e suas ressonâncias cósmicas aproximam-se de São Francisco de Assis. Gabriele d'Annunzio apresenta em sua temática inicial a trilogia natureza-mulher-amor, como em “PrimoVere” e em “L'Isotteo e la Chimera”, e, gradativamente enriquece-a num sentido renascentista que introduz em seus poemas o vigor e o panteísmo do passado greco-latino anterior ao cristianismo. Em sua obra-prima, inacabada, “Laudi del cielo, del mare, della terra e deglieroi...”, é um vasto quadro poético e idealizado do homem greco-latino-renascentista predominantemente de origem italiana. Os “laudi” merecem atenção também em seu sentido de mito-revivido e no impressionismo de seus conjuntos imagísticos. Gabriele d'Annunzio é romancista importante graças a “II fuoco”, “II Piacere” e “II Trionfo della morte” e dramaturgo renovador com “La figlia di Jorio”, tragédia pastoril integrante do verismo provincial de notável observação das paixões e superstições dos Abruzzos, e com “Francesca da Rimini”, de interesse linguístico e paisagístico pela reconstituição do medieval.

Gabriele d'Annunzio


Encerremos o romantismo italiano com a apresentação do poeta Giacomo Leopardi (1798-1837), reconhecido pela posteridade como a mais típica e completa expressão deste movimento literário em terras da Itália. Paradoxalmente, a vida de Leopardi foi um combate declarado ao romantismo, enquanto sua obra justifica o merecido título de maior gênio romântico em seu país. Na realidade, Giacomo Leopardi é simultaneamente classicista pela seriedade com que estudou e interiorizou os textos da cultura greco-latina e que revela na extrema perfeição formal com que são construídos seus poemas. Há em Leopardi, ainda, o fato extraordinário de sua visão ser determinada por fatores existenciais organizados coerente e sistematicamente num conjunto que se destaca pela presença do orgânico e do concreto. Leopardi inaugura a característica que marcará a Itália do século XX: o ceticismo pessimista e desesperado. 

Fonte:"Os Forjadores do Mundo Moderno", Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, página 117. 




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