quarta-feira, 30 de maio de 2012

Literatura Ocidental - Parte 30.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 30

LITERATURA INGLESA

Romantismo

Se o romantismo francês anunciava um movimento histórico-cultural revolucionário, o romantismo em solo inglês é claramente caracterizado por uma ambiência contra-revolucionária. Filosoficamente amparado nas ideias de John Locke (1632-1704), Shaftsbury (1671-17313), David Hume (1711-1776), Thomas Reid ( 1710-1796) e Jeremy Bentham (1784-1832), caracteriza-se na Inglaterra principalmente pela nostalgia do passado e pela aspiração de libertação em todos os domínios. O intenso interesse pelo passado origina o aparecimento de antologias, como as de Thomas Percy (1729-1811) e de Thomas Warton (1728-1790), e, até mesmo, a “fabricação” de poesia antiga, como os poemas de Macpherson (1736-1796). Macpherson pretendia-se simples tradutor de um lendário bardo gaélico do século terceiro chamado Ossian. Os pretensos ossiânicos apresentam uma imagística impressionista e uma ambiência de ternura e melancolia, mas também um estilo grandiloquente em excesso. O interesse despertado pelas tradições permitem o aparecimento de Robert Burns (1759-1796), considerado o melhor poeta escocês, que se expressa poeticamente principalmente no dialeto da Alta Escócia, o highlander. Burns é notável em sua poesia lírica e canções de amor, mas, deve-se considerar também o poema pleno de humor e humanidade denominado “Tam o' Shanter”.

O ano de 1798 marca o aparecimento de Lyrical Ballads, autêntica carta de princípios do romantismo inglês escrito por Samuel Taylor Coleridge e por William Wordsworth, é um ensaio crítico que apresenta seus princípios poéticos básicos dentre os quais destacam-se: necessidade de ocupar-se o poeta das situações cotidianas simples, preferência pela dicção coloquial, descrição dos sentimentos elementares pela facilidade de contemplação e de comunicação que oferece o estado de simplicidade em que são formados, abandono da tradicional dicção poética e das personificações de ideias abstratas. Esta fundamentação teórica para o renascimento da moderna poesia inglesa é completada pela obra de Coleridge denominada Biografia Literária e publicada em 1817. Trata-se de um verdadeiro tratado sobre a natureza da poesia.

Como poeta, William Wordsworth destaca-se como um dos melhores sonetistas na literatura de seu país. Sua visão do mundo é panteísta e plena de amor e simpatia para com a infância e de ternura em relação a natureza. O poeta Coleridge é sobretudo alguém atraído pelos temas românticos sobrenaturais que encerram verdades morais. Quanto a seu estrato sonoro é excelente em musicalidade e na criação de imagens incomuns, como pode ser observado em seus melhores poemas: Kubla Khan, The Rime of the Ancient Mariner e Christabel, o qual, aliás, apresenta o emprego de acentos e não de pés como base de seu ritmo e, assim, une magnificamente a exata melodia adequada à história sobrenatural. Christabel antecipa a moderna prosódia inglesa.

Coleridge exerceu influência direta sobre os chamados poetas laquistas, que aceitaram as novas ideias sobre a natureza do assunto poético e da linguagem própria da poesia.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 73/75.

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