quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Literatura Ocidental - Parte 07.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 07

LITERATURA FRANCESA

O extraordinário processo de centralização política que se desenvolveu na França, contribuiu poderosamente para a predominância do franciano, dialeto da ilha-de-França, como língua de expressão nacional. Consequentemente, ocupa a literatura francesa a posição especial de ser portadora de formas literárias persistentemente unidas à expressão da vida nacional. Sempre que esta literatura se encerra no ambiente de um círculo restrito (poesia palaciana, literatura religiosa, literatura pura, neoclassicismo etc.) há um movimento de reavivamento do diálogo com a tradição popular.

A tradição francesa medieval é levada a seu clímax com o primeiro grande lírico que é François Villon (aproximadamente 1431-1489) e por ele encerrada. Villon anuncia a literatura francesa moderna e afirma-se progressistamente em seu rompimento com a ordem estabelecida ao apresentar a pessoa humana que se reconhece como livre e autônoma e, portanto, que prefere a análise lúcida à obediência e ao conformismo e desenvolve o valor humano da revolta.

Embora Villon seja sempre reencontrado nos séculos posteriores e sua importância cresça constantemente, viveu marginalizado pela sociedade de seu tempo. A literatura oficial do século de Villon estimava os poetas retóricos de côrte, hábeis em apresentar poeticamente a futilidade.

O rompimento com a arte medieval pode também ser descoberto em Clément Marot (1496-1544), poeta de corte que conseguiu reunir a seu redor um grupo significativo de outros poetas. Esta escola de elegância maronista foi reavaliada no século XX com o retorno de Maurice Scève (… - 1562) e Louise Labbé (1526-1566) cujas obras revelaram-se portadoras de ampla significação. Há, ainda, que destacar Bonaventure Despériers (… - 1544) autor de Novas Recreações e de Joviais Orçamentos, que une o Decamerão à tradição gaulesa.

Agrippa d'Aubigné (1550 – 1630) apresenta um não-conformismo pleno de agressividade que muito se assemelha ao que encontramos por detrás da aparente despreocupação de Marot. Agrippa d'Aubigné foi, inicialmente, um afetado poeta humanista, mas, evoluiu para uma participação corajosa contra a intolerância religiosa, a inutilidade da guerra e a libertinagem dos príncipes. A obra deste autor huguenote – Les Tragques, Mémoires e Pamphlets – é excelente pela fertilidade de imaginação e pelo incomparável vigor de um realismo descritivo. É autor, também, do romance satírico “Les Aventures du baron de Faeneste”, no qual violentamente combate o governo de Maria de Médicis.

Em 1594 é publicada a “Satire par la Défense et Illustration Menippée”, escrita por seis burgueses: Rapin e Passerat (ambos poetas), Jacques Gillot, Florent Chrestien, Pithou e Lery (idealizador e organizador da sátira à Liga Católica do Duque de Guise).

A influência renascentista será afirmada esteticamente pelo chamado grupo da Plêiade no qual se destacam Ronsard e Du Belay, e que é completado por Jodelle, Remi Belleau, Pontus de Thyard, Du Da'fe Daurat. Reunidos pela primeira vez em 1548, publicaram seu manifesto estético de retorno às inspirações greco-latinas no ano seguinte. Este manifesto, “Défense et Illustration de la Langue Française”, foi escrito por Joachim du Bellay e codifica magnificamente os ideais do grupo. Du Bellay (1525-1573) é autor de “Regrets”, caracterizado pela melancolia, suavidade e sátira social. Du Bellay foi o primeiro poeta a dar forma artística do soneto francês e a divulgá-lo. Pierre Ronsard (1524-1585) – autor de “Odes 3 Amours”, “Continuation des Amours”, “Discours” e “Amours d'Hélène” – reafirma o tom fundamental do lirismo francês. A realização literária dos ideais de Plêiade alcança os palcos teatrais, principalmente através de Etienne Jodelle, autor da primeira tragédia e da primeira comédia na literatura francêsa. Jodelle escreveu a comédia “”Eugène ou la recontre” e a tragédia “Cleópatre”. Embora “Cleópatre” seja cronologicamente a primeira tragédia em língua francesa, sob o ponto de vista de gênero literário esta primazia cabe a “Juives”, obra-prima de Robert Garnier (1535-1601).

(Continua no próximo post.)

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 37/39.

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2 comentários:

Mara Santos disse...

Boa noite Rosemildo!
Essas aulas de literatura que vens nos dando nesse espaço estão perfeitas.
Tenho aprendido muito com as leituras que tenho feito por aqui.
Beijo,
Mara

ruma disse...

Hello, Rosemildo Sales Furtado.

The excellent and lovely work.

The lovely kimono infants, Japanese tradition

The prayer for all peace.
from Japan, ruma ❀

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