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Clóvis Beviláqua |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
CLÓVIS
BEVILÁQUA – PARTE – 21
“Creio
no direito, porque é a organização da vida social, a garantia das
atividades individuais. Necessidade da coexistência, fora das suas
normas não se compreende a vida em sociedade. In eu vivimus et
sumus.
“Creio
na liberdade, porque a marcha da civilização, do ponto de vista
jurídico-político, se exprime por sucessivas emancipações do
indivíduo, das classes, dos povos, da inteligência, o que demonstra
ser ela altíssimo ideal, a que somos impelidos por uma força
imanente nos agrupamentos humanos: a aspiração do melhor que a
coletividade obtém estimulando as energias psíquicas do indivíduo.
Mas a liberdade há de ser disciplinada pelo direito para não
perturbar a paz social, que por sua vez assegura a expressão da
liberdade.
“Creio
na moral, porque é a utilidade de cada um e de todos transformada em
justiça e caridade, expunge a alma das inclinações inferiores,
promove a perfeição dos espíritos, a resistência do caráter, a
bondade dos corações.
“Creio
na Justiça, porque é o direito iluminado pela Moral – protegendo
os bons e úteis contra os maus e nocivos, para facilitar o
multifário desenvolvimento da vida social.
“Creio
na democracia, porque é a criação mais perfeita do direito
político, em matéria de forma de Governo. Permite à liberdade a
dilatação máxima dentro do justo e do honesto, e corresponde ao
ideal da sociedade politicamente organizada, com extrair das
aspirações mais generalizadas de um povo determinado o sistema de
normas que o dirija.
“Creio
mais nos milagres ao patriotismo, porque o patriotismo é forma
social do amor e como tal é força irresistível e incomensurável:
aos fracos dá alento; aos dúbios, decisão; aos descrentes, fé;
aos fortes, ilumina; a todos une num feixe indestrutível, quando é
preciso agir ou resistir; não pede inspirações do ódio e não
mede sacrifícios para alcançar o bem comum” (Opúsculos, 1/5).
E a nós,
só nos resta dizer: cremos em ti, Clóvis, porque foste “grande na
bondade evangélica de um santo, maior ainda na autoridade
pontificial de jurisconsulto”.
MANUEL
AUGUSTO VIEIRA NETO