quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Grandes vultos: José do Patrocínio - Parte 12.

Prudente de Morais

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 12.
Em sua disputa com Patrocínio, Rui publicou pelas colunas da “Imprensa”, o conhecido artigo intitulado “A Difamação”, de grande repercussão na época, e, no dia 16 do mesmo mês de dezembro de 1898, pelas colunas da “Cidade do Rio”, o segundo respondia com o não menos célebre artigo “A Hipocrisia”. São duas peças literárias, ressalvada a injustiça dos conceitos expendidos por ambos os contedores, dignas de figurar em qualquer antologia dos mais exigentes exegetas da língua pátria.
A amizade de Prudente por Patrocínio está assinalada em uma carta que o mesmo lhe escreveu em 22 de novembro de 1901, cujo final transcrevemos: “quaisquer que sejam as nossas divergências políticas, a nossa amizade nada sofrerá com isso, seremos sempre bons e leais amigos”.
Zé do Pato tinha gosto pelo pioneirismo. Foi assim que no ano de 1902 apareceu no Rio com o automóvel nº 1 do Brasil, acompanhado por Olavo Bilac, causando enorme reboliço na cidade e espanto pela geringonça que os transportava e andava sozinha. A máquina assombrava e o povo acompanhava o monstrengo sob os gritos da garotada de rua. Foi um sucesso e um espanto geral.
No primeiro aniversário da abolição, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio concedeu a Patrocínio a medalha de bronze entre outros agraciados.
Depois da abolição e da proclamação da República, cansado e abandonado pelos amigos, cada vez mais o gigante da redenção escrava se afastava do reboliço da cidade e da política, desiludido, talvez, da compreensão do povo e daqueles que, anteriormente, viam nele a bandeira de duas causas concretizadas. Realizava-se o vaticínio de João Marques. A morte no dia 13 de maio de 1888 tê-lo-ia salvo, puro, intocável, mas, seu retardamento trouxe-lhe amargos dias de desilusão e pobreza, de solidão e salpicos de lama que, em face da sua cor bronzeada e fortidão de espírito, não chegaram a manchá-lo perante a história.
Continua…
S. SILVA BARRETO

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