Nilo Peçanha |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JOSÉ
CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 13.
Seu
afastamento dos problemas políticos, com seu gênio inquieto,
levaram-no a sublimar-se na mais digna de todas as causas: o bem
estar da humanidade. E se pôs, novamente, com o mesmo furor que
combateu a escravidão, a serviço de seu invento, o balão dirigido
“Santa Cruz”. Em 1902 foi apresentada na Câmara dos Deputados,
por Nilo Peçanha, uma emenda para conceder-lhe a quantia de quarenta
contos de réis para a construção de seus aerostatos “Sta. Cruz”
e “Paz”. A emenda foi combatida por Barbosa Lima e rejeitada
pelos deputados.
A
carcaça do balão de Patrocínio “enferrujou num retiro, por obra
da incompreensão ou do despeito dos homens. Pobre inventor!” é o
que nos noticia um de seus biógrafos.
Doente,
minado pela tuberculose, Patrocínio passou a morar num casebre do
distante subúrbio de Engenho de Dentro, onde lá ia ter,
costumeiramente, seu inseparável amigo João Marques, alguns
seresteiros, que procuravam alegrar seus últimos dias, entre os
quais o poeta Catulo da Paixão Cearense, o serenatista Mário
Cavaquinho e o pistonista Luís de Sousa que, na bela imagem de
Osvaldo Orico, eram os “Sabiás da Mata” a se “aninharem sobre
o tronco padecente e carcomido do jequitibá majestoso” após “ver
seus galhos destroçados pelos temporais e os raios”.
No dia
30 de janeiro de 1905, entre as 3 e 4 horas da tarde, expirava com
hemoptises, em golfadas de sangue consecutivas, um dos maiores gênios
da tribuna popular e uma das maiores penas do jornalismo brasileiro,
símbolo máximo da libertação escrava.
Expirou
quando escrevia um artigo sobre a Sociedade Protetora dos Animais,
inacabado, no qual expendeu aquela sua frase lapidar: “Eu tenho
pelos animais um respeito egípcio” Artigo esse que mereceu de
Coelho Neto, em seu discurso de recepção a Mário de Alencar na
Academia, as seguintes frases: “Morreu como vivera, defendendo os
fracos, batendo-se pela piedade. O seu último apelo foi em prol dos
animais, talvez mais gratos do que os homens”.
Continua…
S. SILVA
BARRETO