GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
RUI
BARBOSA – PARTE 06.
Sua
grande cultura jurídica, os seus recursos extraordinários de
tribuno, a intransigência de suas convicções, foram, porém,
paulatinamente, dominando o ambiente. Membro de um país quase
desconhecido, com um exercito diminuto e uma Armada ainda menor, não
podia ser aceito em pé de igualdade frente aos representantes da
Inglaterra, Prússia, Rússia e França. Por este motivo, o Ministro
De Martins, da Rússia, começou a hostilizá-lo. Este processo de
desprestígio culminou quando Rui Barbosa, após proferir um discurso
sobre a transformação dos navios mercantes em barcos de guerra, foi
secamente advertido, pelo representante da Rússia que presidia a
reunião, de que “a política estava excluída da esfera da
assembleia.”
Era uma
verdadeira chicotada, Rui Barbosa levantou-se, pediu a palavra.
Depois de considerações sobre a sua posição pessoal, afirmou que
“esta proibição, evidentemente, não atinge senão a política
militante, a política de ação e combate, aquela que perturba, que
agita, que separa os povos nas suas relações internas e nas suas
relações internacionais; mas nunca a política encarada como
ciência, a política estudada como história, a política explorada
como regra moral. Porque desde o momento que se trata de fazer leis
domésticas ou internacionais, para as nações, é necessário,
antes de mais nada, examinar o que refere a cada projeto, a
possibilidade, a necessidade, a utilidade da medida, em face da
tradição, do estado atual dos sentimentos, das ideias, dos
interesses que animam os povos, que administram os governos. Pois
bem: será que tudo isso não é política?
“A
política, no sentido mais corrente da palavra, essa ninguém
discute, está-nos absolutamente vedada. Nada temos de ver com os
assuntos internacionais, com as contendas que dividem as nações, os
litígios de amor próprio, de ambição ou de honra, as questões de
influência, de equilíbrio ou de predomínio, aquelas que conduzem
ao conflito ou a guerra. É esta a política proibida aqui.”
Continua...
CLÓVIS
MOURA
3 comentários:
Como é bom sempre conhecer e aprender
beijo
Amigo, vi seus comentários em blog amigos e vim conhecer o seu. Amei e já estou seguindo. Lhe convido a conhecer o meu que é da biblioteca em que trabalho. Se gostar siga será um prazer. abraços
Rui Barbosa foi um "caso sério" em matéria de civismo, frontalidade e honestidade, embora inicialmente não aceitassem seus pensamentos e atuações de bom grado. Com seu poder oratório e convincente, o que correspondia, literalmente, à verdade, as "coisas" foram ficando mais amenas pró lado dele.
O último paragrafo desse post mostra bem o que ela pensava de política interna e externa.
Beijos e bons ensinamentos.
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