GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JOAQUIM
NABUCO – PARTE 04
Após os
acontecimentos de 1893, a revolta da esquadra contra Floriano, os
monarquistas remanescentes, os que não haviam aderido à república,
foram acusados de ter inspirado o movimento e mesmo de lhe haver
prestado apoio. Dizia-se que a revolta tinha por objetivo a
restauração da monarquia. Os monarquistas se reuniram por várias
vezes para discutir a atitude que iriam tomar. Como na realidade
estavam livres de culpa, afastados da política, e nem mesmo pensavam
na restauração, decidiram lançar uma espécie de proclamação em
que manifestavam sua completa inocência no caso. Nabuco foi
encarregado de redigir o documento.
Todavia,
na hora de assinar aquela proclamação, não permitiram que Nabuco o
assinasse: a assinatura estava reservada “aos grandes” da
monarquia, os que haviam ocupado cargos de relevo na administração
e na política, ex-ministros e outras, o que muito aborreceu Nabuco.
Sua situação não era nada invejável. Suspeito aos republicanos,
desprezado pelos seus próprios correligionários, e ainda,
empobrecido, pois perdera quase toda a sua fortuna em suas tentativas
de estabilizar sua situação financeira, passou vários anos sem se
decidir sobre o seu destino. Era sua intenção dedicar-se a algum
negócio, talvez voltar à lavoura que tinha sido a base econômica
de sua família. Amigos lhe sugeriram que se dedicasse à plantação
de café que estava tornando ricos inúmeros fazendeiros. Sonhava ao
mesmo tempo em regressar à Europa, onde havia passado anos felizes,
mas sua fortuna não lhe permitia esse luxo.
Mas
havia uma forte pressão de seus amigos, no sentido de se reconciliar
com a república e aceitar um emprego do novo governo republicano.
Durante muito tempo recusou, por solidariedade aos seus
correligionários e mesmo ao imperador deposto e, além disso, não
acreditava na república.
Mas ao
fim de algum tempo não resistiu ao convite que lhe havia sido feito
pelo presidente Campos Sales de voltar à diplomacia: seria advogado
do Brasil na questão de limites com a Guiana Inglesa.
Assim,
após dez anos de afastamento da vida política, decide aceitar o
convite, ainda que os seus antigos correligionários “torcessem o
nariz” e lhe dessem as costas, como se se tivesse vendido. Foi
assim nomeado, em 1900, ministro em Londres, voltando às lides
diplomáticas.
Continua
LEONCIO
BASBAUM
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