quarta-feira, 19 de abril de 2017

Grandes vultos: Barão do Rio Branco - Parte 03.

Plácido de Castro


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
BARÃO DO RIO BRANCO – PARTE 03.
Na direção do Itamarati, Rio Branco teve oportunidade de revelar não apenas o seu patriotismo mas sua capacidade de ação dinamizando o velho Ministério, que vivia ainda da tradição da velha diplomacia dos punhos de renda, segundo a qual os ministros e embaixadores serviam apenas para comparecer a jantares e oferecer banquetes. Continuava firme na tarefa que a si mesmo impusera, de resolver todos os problemas duvidosos de fronteiras. Foi, como diz um historiador, o período áureo do Itamarati.
Uma das questões mais importantes que Rio Branco teve de resolver, foi a questão do Acre, que havia sido incorporado ao território brasileiro, por Plácido de Castro, cuja audácia derrotou o Bolivian Sindicate, organização de capitalistas norte-americanos que planejavam explorar borracha naquela região. A 17 de novembro de 1907 conseguiu Rio Branco um acordo com a Bolívia, pelo Tratado de Petrópolis, passando o Território do Acre a ser integrado definitivamente no território brasileiro.
Outro importante serviço de Rio Branco foi o Tratado de Condomínio de Lagoa Mirim e do Rio Jaguarão, assinado com a República do Uruguai.
Foi ainda Rio Branco quem designou Rui Barbosa como delegado do Brasil à Conferência da Paz em Haia, onde segundo canção popular da época “A Europa curvou-se ante o Brasil”. Deve-se ao alto tino diplomático do Barão a nomeação do primeiro Cardeal Brasileiro (e também sul-americano), D. Joaquim Arcoverde, Arcebispo do Rio de Janeiro.
E como prova do prestígio internacional adquirido pelo Brasil nos anos anteriores e graças às gestões de Rio Branco, foi o Rio de Janeiro escolhido para sede da III Conferência Internacional Americana. De fato, nesses primeiros anos da República, a ação de Rio Branco colocara o Brasil entre as grandes nações do mundo.
Dentre as obras mais importantes do Barão do Rio Branco, destacam-se Efemérides Brasileiras; Esboço Biográfico do General José de Abreu, Barão de Serro Largo; Anotações à obra de Schneider, A guerra da Tríplice Aliança.
Quando do centenário do seu nascimento, o Ministério das Relações Exteriores levou a efeito a publicação de sua obra completa.
Foi presidente perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 40.
LEONCIO BASBAUM


quarta-feira, 12 de abril de 2017

Grandes vultos: Barão do Rio Branco - Parte 02.




GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

BARÃO DO RIO BRANCO – PARTE 02.

Ao ser proclamada a República, foi designado superintendente geral do serviço de emigração para o Brasil, tarefa das mais importantes para o país, na época, que lutava por falta de braços, devido a abolição da escravatura.

Sua primeira vitória diplomática em questão de fronteiras se deveu a intervenção de Prudente de Morais, Presidente da República, que o havia nomeado em 1894, ministro plenipotenciário junto ao Governo dos Estados Unidos para tratar do processo de arbitragem na questão do Território das Missões, sobre uma larga faixa de território em disputa com a Argentina. Era uma vasta extensão de terra de cerca de 30.500 quilômetros quadrados, de que o Brasil estava de posse, entre os rios Uruguai e Iguaçu. O chamado “Litigio das Missões” já perdurava havia cerca de 40 anos, apesar de um tratado negociado por intermédio do Visconde do Rio Branco e não ratificada pelo Congresso argentino. Dessas primeiras negociações resultou a decisão de submeter-se a questão dos limites a arbitragem do Presidente dos Estados Unidos, Grover Cleveland.

A tarefa de Rio Branco era justamente a de defender os pontos de vista e os direitos do Brasil, o que conseguiu com êxito, pois a decisão de Cleveland de 5 de fevereiro de 1894 foi favorável ao Brasil graças aos argumentos e aos documentos apresentados por Rio Branco.

Sua intervenção foi ainda decisiva e vitoriosa em outras questões de fronteiras. De fato, essa era uma questão fundamental para o Brasil, pois ao ser proclamada a República, somente havia fronteiras delineada e positivas com o Uruguai, o Paraguai e a Venezuela.

A questão do Amapá, mais que secular, foi decidida por arbitramento, em 1900.

A questão com a Inglaterra, em torno das fronteiras com a Guiana, também foi decidida favoravelmente ao Brasil por arbitramento, entregue à decisão do Rei da Itália, em 1901, graças a ação de Rio Branco.

Ainda graças a Rio Branco, ganhou o Brasil a questão dos limites com a Guiana Francesa, submetida ao arbitramento do presidente Hauser, da Suíça.

Em 1902 o Conselheiro Rodrigues Alves, então presidente da Republica, convidou-o para ocupar a pasta das Relações Exteriores. Desde então, até falecer, em 10 de fevereiro de 1912, esteve Rio Branco à testa do mesmo ministério – o Itamarati, orientando nossa política externa nos governos de Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca.

Continua

LEONCIO BASBAUM



quarta-feira, 5 de abril de 2017

Grandes vultos: Barão do Rio Branco - Parte 01.


Barão do Rio Branco


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

BARÃO DO RIO BRANCO – PARTE 01.

(1845-1912)

“Ubique Patriae Memor”

(Lembrando da Pátria onde quer que esteja)

José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, historiador, jornalista, diplomata, é um dos nomes mais notáveis da nossa História, destacando-se como o mais eminente dos Ministros de Relações Exteriores do Brasil.

Filho do Visconde do Rio Branco, outro eminente brasileiro, o autor da Lei do Vente Livre, que libertou os filhos dos escravos, era natural do Rio de Janeiro, onde nasceu a 20 de abril de 1845.

Estudou no Colégio Pedro II, com intenção de seguir a carreira das armas. A seguir, porém, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo; daí se transferiu para a de Recife, onde se diplomou bacharel em 1866.

Seu primeiro cargo público foi o de promotor em Nova Friburgo, tornando-se a seguir professor de História e Corografia do Brasil no internato do Colégio Pedro II.

Ingressando na política, foi José Maria Paranhos Júnior eleito deputado geral pela província de Mato Grosso, que representou na Câmara de 1869 a 1875. Nesse período começou a interessar-se pelo jornalismo e pela questão mais candente da época, o problema da escravidão, em parte por influência do seu pai. Com Gusmão Lobo e Padre João Maurício fundou o jornal A Nação, que circulou no Rio, de 1871 a 1875, defendendo a causa da abolição.

Seu primeiro contato com os problemas da política externa brasileira, na qual se iria notabilizar, verificou-se a partir de 1876, quando foi nomeado cônsul de Liverpool. Longe da pátria, de acordo com o que passou a ser o lema de sua vida, Ubique Patriae Memor, dedicou-se a estudos e pesquisas sobre História e Geografia do Brasil. Seu primeiro trabalho de natureza histórica, era ainda apenas um ensaio: Episódios da Guerra do Prata. E a seguir começou a escrever uma História Militar do Brasil, com documentação que coligira durante anos, desde quando fora professor de Corografia e História.

Representou o Brasil na Exposição de S. Petersburgo, em 1884, quando escreveu em francês vários trabalhos sobre o Brasil no sentido de divulgá-lo no exterior.

Em 1888 recebeu o título de Barão do Rio Branco.

Continua

LEONCIO BASBAUM

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