Estação Ferroviária Dom Pedro II - E.F.Central do Brasil _ Rio de Janeiro - RJ 1895 |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
IRINEU
EVANGELISTA DE SOUZA (MAUÁ) - PARTE 06.
A
segunda estrada de ferro organizada entre nós foi a Recife and São
Francisco Railway Company, que constituiu a primeira inversão
inglesa em ferrovias no Brasil. Mauá interessou-se por ela,
subscrevendo numerosas ações.
Isso influiu no Stock Exchange
de
Londres para a subscrição do capital, que importou em 1.800.000
libras.
A
terceira ferrovia inaugurada no país foi a D. Pedro II, atual
Central do Brasil, para a qual Mauá concorreu, não somente abrindo
mão,
sem indenização,
do privilégio da zona, que era seu, como também redigindo-lhe os
Estatutos, sendo o seu banco escolhido para recolher os fundos dos
acionistas. Também evitou um rompimento entre a Diretoria e o
empreiteiro, o que constituiria desmoralização
para nosso país, caso se efetuasse. O
quarto empreendimento foi a Bahia and São Francisco Raillway
Company, organizada em Londres, por iniciativa de J. P. Alves Branco,
amigo de Mauá e que por essa razão inverteu nele alguns milhares de
libras.
A
quinta ferrovia organizada entre nós foi a Estrada de Ferro Santos a
Jundiaí, mais tarde São Paulo Railway, hoje usando o nome
primitivo. Mauá não só obteve a concessão como criou a companhia
em Londres, sendo ainda seu verdadeiro empreiteiro, perdendo nela
mais de 416.000 libras, devido à chicana dos Tribunais nacionais
promovida pela São Paulo Railway, sendo a questão transferida para
o tribunal inglês que decidiu tratar-se de causa prescrita. A
demanda levara mais de dez anos. Esta foi a derradeira luta de Mauá,
já depois de decretada a sua falência e com cujo produto esperava
atender aos seus credores.
A
última estrada de ferro em que Mauá se envolveu foi a estrada de
Ferro Rio-Verde, conhecida depois por Minas-Rio, o que ocorreu quando
sofreu a moratória, em 1875. Couto de Magalhães, seu companheiro e
sócio no empreendimento, quis que o velho homem de negócios
participasse da vantagem aí advinda, porém Mauá recusou a
gentileza do amigo, alegando que sua consciência não lhe permitia
partilhar de benefícios em que seus serviços não estivessem
representados adequadamente. Obra de não menor importância foi a
navegação
do Rio Amazonas, empreendida em 1850, que o próprio Mauá
considerava de elevado alcance, pois tratava-se de experiência que
poderia falhar, de resultados que podiam não corresponder às
previsões,
levada a efeito numa época em que ninguém acreditava nela. Graças
a isso, em 8 anos as rendas gerais e provinciais
do
Amazonas quintuplicaram e as do Pará triplicaram, ao passo que a
Companhia do Amazonas distribuía dividendos de 12% . A navegação
se efetuava por 580 léguas – 3.828 quilômetros do Rio Amazonas e
por mais 200 léguas – 1.320 quilômetros do Rio Tocantins, além
de mais outros cursos d'água da região. Agassis elogiou os serviços
dos navios, ressaltando a comodidade e limpeza que apresentavam e a
alimentação excelente, embora pouco variada.
Outra
face não menos interessante na vida de Mauá, é a do banqueiro. Já
aludimos que em 1851 fundou ele o Banco do Brasil, o segundo desse
nome entre nós, a fim de aproveitar as disponibilidades que a
cessação
do tráfico negreiro propiciava. Em 1853 esse estabelecimento de
crédito faz fusão com outro existente, o Banco do Comércio,
criando-se o Banco do Brasil, em sua terceira fase, em 1854. Poucos
meses depois, Mauá afasta-se dele, fundando a Casa Bancária Mauá,
Mac Gregor & Cia. Surgindo também o Banco Rural e Hipotecário.
Esse banco prospera rapidamente, por isso, já em 1867 possui filiais
na Inglaterra, na França, em Nova York, no Rio Grande do Sul, em São
Paulo, no Uruguai e na Argentina. Converte-se assim no maior
estabelecimento do gênero
do país, com renome no mundo inteiro, de tal modo que o herói de
Júlio Verne, em sua Volta ao Mundo em 80 dias, Mr. Foggs, tem conta
no banco de Mauá.
Continua...
Heitor
Ferreira de Lima
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Um comentário:
E continua o desenvolvimento posto em prática por Mauá, mas, nem tudo corre sempre bem. há sempre uma pedra ou duas no caminho, k é preciso remover.
Íntegro, sabedor, consciente e empreendedor, não parou e surge uma outra vertente sua - a de banqueiro.
O banco de Mauá até inspirou escritores. Fantástico!
Encantada com a atuação de Mauá!
Beijos.
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