HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA
BRASILEIRA – PARTE 16
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Gonçalves Dias |
Finalmente, no estudo do nosso
Romantismo, não podemos desprezar alguns aspectos estruturais,
documentais e institucionais: 1) a distinção que se deve fazer
entre indigenismo e indianismo: no indigenismo, o índio é uma
figura histórica. Exemplifica-se no Uraguai, de Basílio da Gama. No
indianismo, o índio é uma figura mítica. Exemplifica-se com o
Y-Juca Pirama, de Gonçalves Dias; 2) para a história documental do
nosso Romantismo, temos de citar a revista Niterói, fundada em 1836,
de dois números apenas, no primeiro dos quais Gonçalves de
Magalhães publicou o Ensaio sobre a história da literatura
brasileira, considerado para muitos o 1º manifesto romântico, entre
nós; 3) ainda em se tratando de indianismo: a necessidade de ler-se
a obra de Alencar – Cartas sobre a Confederação dos Tamoios –
em que o romancista, criticando a Confederação dos Tamoios (1856),
poesia épica de Gonçalves de Magalhães, “traça o plano de uma
verdadeira epopeia brasileira”; 4) o papel de pensador de Tobias
Barreto: com seus Estudos Alemães, trouxe à Literatura Brasileira
uma feição crítica, de natureza filosófica. Kant, Hartmann,
Schopenhauer, Haeckel foram estudados por ele. A Escola de Recife,
fundada por Tobias Barreto, divulgou, na época, o Positivo e o
Transformismo. Os primeiros republicanos, como Benjamin Constant,
permanece, apenas em feição cronológica, próximo aos últimos
romancistas românticos. Assim mesmo, é uma figura de transição
entre o Romantismo e o binômio Realismo-Naturalismo.
No
Brasil, é nas últimas décadas do século XIX que podemos
estabelecer este binômio! Não é possível, todavia, falarmos dele
sem a compreensão particular de cada uma de suas faces. O Realismo,
como estética, origina-se na França, no romance de Gustave Flaubert
– Madame Bovary (1857). Vinte anos depois, em 1877, o aparecimento
de L'Assomoir, de Emile Zola, lança o Naturalismo. O Realismo
filia-se ao romance de Stendhal e de Balzac, que lhe são
precursores, e cuja característica primordial está na análise
psicológica das personagens. Cronologicamente, o Naturalismo é
posterior ao Realismo, mas os pontos de contato entre ambos são,
sempre, como se deu no Brasil, um se dissocia do outro.
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte: “Os Forjadores do
Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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