HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA
BRASILEIRA – PARTE 12
Assim operaram os grandes
Romantismos europeus, como o da Alemanha. Em Portugal, por exemplo,
Alexandre Herculano reconstrói a Idade Média portuguesa nos seus
romances históricos que formam a trilogia: O Monge de Cister – O
Bobo – Eurico, o Presbítero. No Brasil, entretanto, nossos
românticos, a cuja nação faltava o lastro medieval, faltavam as
tradições remotas, tiveram de cingir-se às lendas atinentes ao
índio ou a figuras e a acontecimentos do período colonial, como se
verifica com o romance histórico de Alencar.
Como encaramos o romantismo,
aqui, no Brasil? Cronologicamente, houve precursores: a) remotos,
como os árcades Basílio da Gama, Tomás Antônio Gonzaga; b)
próximos, como os que compuseram o grupo a que Sílvio Romero chamou
de transição: o pernambucano Maciel Monteiro, o maranhense Odorico
Mendes, o mineiro Salomé Queiroga, o paulista José Bonifácio de
Andrada e Silva, com importância este último de haver utilizado,
depois de Basílio da Gama, o verso branco que os românticos
adotariam. Doutrinariamente, não podemos esquecer-nos de Ferdinand
Denis, em seu “Résumé de l'histoire littéraire du Portugal et du
Brésil”: “nesta obra, alguns anos antes da data oficial da
implantação do Romantismo no Brasil (1836), assinalava F. Denis a
necessidade, para a renovação literária de fontes de inspiração
bem nossas, do abandono da mitologia greco-romana, em desarmonia com
a nossa natureza e as nossa tradições” (Virgínia Côrtes de
Lacerda).
O Romantismo brasileiro
caracterizou-se por sua autenticidade: não só foi um retrato fiel
de nossa natureza e de nossa psique, mas também obedeceu ao processo
de nossa nacionalidade. Como escola literária, possui influências,
autores representativos, gerações que reagem favorável ou
desfavoravelmente em relação aos gêneros usados e exaltados pelas
escolas anteriores. Acrescente-se mais uma particularidade: nossos
poetas românticos, sendo todos bem jovens, não poderiam deixar de
receber influências das literaturas amadurecidas e cristalizadas no
tempo. Assim é que, se fizermos um estudo de literatura comparada,
para a revelação de fontes temáticas e de traços estilísticos,
observaremos as influências da poesia religiosa do francês
Lamartine em Gonçalves de Magalhães, cujo Suspiros Poéticos e
Saudades, publicado em Paris, em 1836, foi o primeiro grito criador
do nosso Romantismo; da poesia da dúvida e da descrença, tanto em
Byron quanto em Musset, tanto em Shelley quanto em Espronceda e
Leopardi – a refletir-se em Alvares de Azevedo (Lira dos vinte
anos), em Laurindo Rabelo (Trovas), em Junqueira Freire (Inspirações
do Claustro), em Fagundes Varela (Cantos e Fantasias), em Cassimiro
de Abreu (Primaveras).
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte:
“Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968,
volume 7.
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3 comentários:
Olá, Rosemildo!
Tudo bem? Sua família? Aqui, tudo satisfatório.
Eu também acho que este seu blog é pra continuar, enquanto houver assunto, e isso vai haver sempre, e enquanto você estiver apto e interessado em postar sobre um tema desta envergadura. Alguns visitantes, que vão aparecendo e alguns comentadores, que vão comentando, já são importantes para o blog e para todos nós, em geral. Os estudantes têm também de pesquisar noutros livros, pke qdo se faz um trabalho sobre o Romantismo, por exemplo, uma única só fonte é insuficiente, portanto, garotos e garotas vamos consultar bibliografia diversificada e também a Internet. Toca a estudar e a trabalhar.
Bem, depois passarei por cá, pke tenho de ir estudar, também. Não sei nada desse tema, ou melhor, sei um tiquinho, como vocês falam aí.
Resto de boa semana.
Beijos para todos vocês!
Um belo trabalho dedicado ao Romantismo.
Um abraço amigo Rosemildo e um bom fim de semana.
Olá, Rosemildo!
Já aqui demos a definição de Romantismo, basta ler as publicações anteriores, mas mesmo assim, vou relembrar. O Romantismo foi uma corrente/movimento político, artístico e filosófico que surgiu na Europa nos finais do século XVIII e perdurou durante quase todo o século XIX, tendo o homem, o eu, como centro.
Em relação ao Romantismo brasileiro, ele surgiu por volta de 1835/6 com a publicação de uma importante obra. Mais tarde, um grupo de jovens brasileiros residentes em Paris, e baseados nas ideias do escritor português Almeida Garrett, levaram a cabo toda uma movimentação a favor do desenvolvimento desta corrente. Fundaram revistas, cuja epígrafe era: Tudo para o Brasil e pelo Brasil, demonstrando assim já o forte nacionalismo que, mais tarde, se haveria de sentir.
Os ideias da revolução francesa de 1789 fizeram-se sentir fortemente, tal com o a ascensão da burguesia. Nacionalismo e liberdade de expressão foram as bases do romantismo no Brasil.
Todavia, sempre o "feitiço se vira contra o feiticeiro" e os românticos brasileiros não foram exceção. Lhes chamaram de utópicos, qdo eles pretenderam dar valor à natureza, aos índios e viver de acordo com a simplicidade.
A burguesia tinha já um grande peso na sociedade e o poder, o dinheiro, infelizmente, no Brasil ou em qualquer parte do mundo "fala sempre mais alto".
Dias felizes.
Beijos.
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