HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA –
PARTE 10
A erudição era uma constante
do Movimento acadêmico. Também não faltava a moda patriótica à
maneira do ocorrido com a Academia Brasileira dos Esquecidos, que se
propunha a estudar a história natural, militar, eclesiástica e
política do Brasil. Na Sociedade Literária do Rio de Janeiro, Silva
Alvarenga, seu fundador, chegou a instituir um curso de retórica.
Não foi em vão que José Veríssimo considerou as Academias
precursoras de nossa crítica literária; 3) tendo sido uma teia de
correntes espirituais e estéticas em conflito – o século XVIII
caracterizou-se por uma tonalidade racionalista e polemica: a
renovação dos métodos, então vigentes, era um dos seus escopos.
Daí ter atingido a educação jesuítica, tradicionalmente situada
no Reino e na Colônia. Em Portugal, a publicação do livro de Luís
Antônio Verney – Verdadeiro método de estudar (1746) – e a
reforma do ensino operada pelo Marquês de Pombal são exemplos
ilustrativos dessa renovação.
b) Do prisma artístico:
podemos ligar o Neoclassicismo ou o Arcadismo ao espírito crítico
do Iluminismo que, impondo uma atividade racionalista para os
espíritos, estabeleceu nestes uma verdadeira filosofia da
ilustração: a razão ilumina os espíritos, trazendo a eles aquilo
a que Descartes chamava – “regras para a direção do espírito”,
e que não eram senão o método. Neste particular, dois aspectos
devem ser, aqui, ventilados: um, histórico: estando as relações
entre Portugal e a Espanha interrompidas pelas lutas da Restauração,
todas as atenções se voltaram para a França, onde o Enciclopedismo
e o Iluminismo, valorizando o primado da razão, mudavam os quadros
do entendimento humano, dando-lhe método, despertando-lhe as leis
naturais da vontade: o outro, representado por essa vontade de saber
(libido sciendi) , se faz exemplificar em Tomás Antônio Gonzaga
que, a par dos seus trabalhos poéticos, ainda encontrava tempo para
escrever um tratado de Direito Natural...
Procurando obter o equilíbrio
expressional e a simplicidade da língua literária, o que já é uma
ruptura definida com o Barroquismo, os árcades souberam criar uma
sistemática para as suas realizações. Souberam, sobretudo,
doutrinar esteticamente, e dar à língua, que lhes servia de
instrumento, uma severa disciplina clássica, na qual a razão, em
toda a sua atividade criacionista, encontrou os elementos para se
transformar em Beleza.
Ob: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte: “Os Forjadores do
Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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6 comentários:
Oi Rosemilo,adoro vir aqui e saber um pouco mais.
Bjs e obrigada pela visita e comentário.
-Carmen Lúcia.
Olá, Rosemildo!
Literatura Brasileira e seus conterrâneos não comentam ou comentam muito pouco. Eu, Portuguesa, também não sei NADA desta Literatura, mas pra comentar, razoavelmente, tenho de pesquisar.
Dá trabalho? Pois dá, mas tb dá algum saber e ele não ocupa lugar.
Não há tempo? Há sempre um pouquinho, se houver boa vontade.
Rosemildo, me desculpe, pke até parece que eu sou a criadora do blogue e k sou brasileira. Não sei se esse seu blog tem mtas visualizações ou não. A partir delas, podemos perceber o tamanho do interesse k o tema desperta nos possíveis leitores.
Voltarei, se Deus quiser!
Beijos para todos vocês.
Mais um belo documento sobre a literatura brasileira e assim a vamos conhecendo melhor.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Eu nada sabia sobre os primórdios da literatura brasileira. Vou aprendendo um pouco cada vez que aqui venho.
Um abraço e bom fim de semana
Olá Furtado, gosto de vir aqui e aprender.
Infelizmente, talvez até por minha culpa, pouca coisa sabia de nossa literatura. Antes, tínhamos uma divisão, após o ginásio (hoje ensino fundamental), podíamos escolher entre fazer o "Científico", "Clássico" e
"Magistério". Era no "Clássico", que a "Literatura" era mais aprofundada.
Sempre gostei de ler, mas não buscava a história ou as linhas literárias, apenas lia. Como trabalhava, me limitava à informação que recebia.
Ao conhecer a história, vamos entendendo melhor a linha do autor e isso é
maravilhoso.
Obrigada por nos oferecer esse conhecimento, abraços carinhosos
Maria Teresa
Olá, Rosemildo!
Falar de erudição, lembra, de imediato cultura académica, não acessível, infelizmente a todos. Era e é assim.
No seu post falou de Árcades, Arcadismo e de Academias, fundamentalmente. Então, vamos saber ou relembrar o k significado destas "coisas".
Árcades- homens que seguiram o Arcadismo e k a ele se dedicaram. Quase todos adotaram nomes de pastores latinos, criando assim seus pseudónimos. Tomás Gonzaga adotou o pseudónimo de Dirceu (falei de Tomás Gonzaga no post de 09 de setembro do corrente ano, em comentários) escreveu uma importantíssima obra chamada "Marília de Dirceu" (Marília nome de mulher, supostamente sua amada)e foi dos mais emblemáticos da sua época. Humanistas, sobretudo se baseavam mto na cultura greco-latina e adoravam a natureza e tudo o k com ela se relacionasse.
Arcadismo- movimento literário, tb chamado Neorrealismo, k surgiu no século XYIII e que se baseava na cultura greco-latina. Era contrária aos dogmas e ao poder do clero desse tempo, classe social mais instruída, e era, tb, contra todos aqueles que se opusessem ao desenvolvimento de novas ideias, novas "luzes" (Iluminismo). Já falei, nos comentários, do k tinha sido esta corrente filosófica. Caso interesse, queiram, por favor consultar, publicações e comentários anteriores.
Academias- Instituições que se destinavam, sobretudo ao ensino superior e k tinham como objetivo ensinar e divulgar as Letras e Ciências. Tiveram a sua génese na Académie Française. Mais tarde a Academia de Letras do Brasil nela se baseou.
Indevidamente, o termo Academia passou tb e só no Brasil a ligar-se à prática desportiva e ainda hoje assim continua. O termo mais correto será ginásio (local onde se faz ginástica, movimentação física e mental).
Agradeço sua visita e comentário em meu blog.
Beijos e abraços para você e família.
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