HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA
PORTUGUESA – PARTE 12
Por fim, parece que existiu em
Portugal, na época, a exemplo do que aconteceu no resto da Península
Ibérica ( o Cantar de Mio Cid, por exemplo), trovadores épico que
cantaram as epopeias nacionais, mas o assunto não é pacífico.
Paralelamente a essa
literatura poética, mas com início provavelmente um pouco
posterior, também apareceu em Portugal, no período que estamos
considerando, manifestações literárias no campo da prosa. De menos
valor artístico do que as poéticas, sem dúvida, mas que não pode
deixar de ser consideradas. Neste campo da prosa, os escritos da
época costumam ser classificados em dois tipos: trabalhos
“históricos” (livros de linhagem) e novelas de cavalaria.
No terreno da historiografia,
cumpre citar o nome de D. Pedro, Conde de Barcelos e filho bastardo
do Rei D. Dinis, que foi o organizador – e talvez o próprio autor
– de alguns desses livros de linhagem. Além de conterem as
genealogias das principais famílias nobres do tempo – um serviço
muito útil, sem dúvida, especialmente numa época em que havia
tantos filhos bastardos – esses livros também reuniam algumas
lendas (a do Rei Artur, por exemplo) e narrativas a respeito de fatos
realmente históricos (descrição da Batalha do Salado, por
exemplo). Esses escritos “históricos” não têm qualquer valor
literário maior, e de muitos deles apenas temos notícias da sua
existência, ou possuímos tão somente fragmentos.
As
novelas de cavalaria, ao contrário, apresentam valor literário
maior. Podem ser divididas em três ciclos: carolino, bretão e
clássico. (Delson Gonçalves Ferreira, Língua e Literatura
Luso-Brasileira.) As denominações são elucidativas. O ciclo
carolino, ou carolíngio, reúne novelas que têm por tema central o
Imperador Carlos Magno e sua corte. A obra principal desse ciclo é a
Chanson de Roland, traduzida para o português no século XIII,
provavelmente. O ciclo bretão compreende novelas cujo tema central é
o Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda. A principal obra
desse ciclo é a Demanda do Santo Graal, provavelmente também
traduzida no século XIII. Dentro desse ciclo também se situa o
Amadis de Gaula, talvez a primeira novela escrita em português. (Ou
em castelhano?) Seu autor teria sido Vasco Lobeira, um trovador que
viveu no século XIII. Trata o escrito da proezas de um cavaleiro
andante do País de Gales (= Gaula): Amadis. Finalmente, o ciclo
clássico compreende as novelas que têm por tema central personagens
da Antiguidade Clássica. A obra mais importante desse ciclo é o
Romance de Alexandre, de Lambert de Tors e Alexandre de Bernay,
também traduzido para o português nos fins do século XIII.
Obs: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte:
“Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968,
volume 7.
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