HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 10
PERU
A
literatura peruana inicia-se com o estilo barroco, seja na poesia de
Frei Diego de Hojeda (1570-1615), seja nos poemas de Juan Del Valle
Caviedes (1655-1695), Hojeda é o autor do poema “La cristiada”,
significativa epopeia na literatura religiosa no idioma espanhol.
Também à criação poética religiosa consagrou uma parte de sua
produção o poeta Juan Del Valle Caviedes, justamente consagrado
como escritor barroco de seu país, mas sua criatividade estende-se
também ao satírico em “El
diente del Parnaso”
e ao lirismo que assume, eminentemente, plena elaboração
conceitista.
No quartel final do século XVIII aparece a famosa obra
intitulada “El lazarillo de ciegos caminantes” escrita por
Concolorcorco (Inca Calixto Bustamante Carlos) e notável pela visão
de conjunto que apresenta da sociedade colonial no Peru e no Plata.
O romantismo literário peruano é representado por
Carlos Augusto Salaverry, poeta de exótica temática, e por Ricardo
Palma (1833-1919), autor de micro-novelas que são autênticas visões
diacrônicas plenas de ironia sobre cenas peruanas.
Contistas representativos do Peru são Abraham
Valdelomar (1888-1919), Enrique Congrains Martin (1932-2009) e José
Maria Arguedas (1911-1969). Valdelomar destaca-se pelo desenvolvido
sentido que apresenta do regional e do cotidiano; o regional é
também desenvolvido por outro contista peruano, Ventura Garcia
Calderón (1886-1959), em prosa de excelente qualidade e sutil
ironia, como o demonstra a coletânea que traz como título “La
venganza del cóndór”. Arguedas dedica-se à literatura de
protesto e seus melhores contos estão reunidos sob o título “Agua”;
Congrains Martín é o autor dos contos de “Kikuyo” e de “Lima,
hora cero” e também o autor de “No una sino muchas muertes”,
importante romance de seu país. Romancistas são ainda Ciro Alegría
(1909-1967) e César Valleio 1892-1938: o primeiro apresenta decisiva
influência de Dreiser, Dos Passos, Upton Sinclair e Sinclair Lewis
em sua prosa realista de protesto social e em seu estilo simples,
como o revela sua obra “El mundo es ancho y ajeno”; protesto
social é também tônica de “Fabla salvaje”, escrito por César
Vallejo em sua técnica de realista mágico.
César Vallejo é corajoso poeta em protesto contra a
injustiça e em luta pelo estabelecimento da solidariedade humana, o
que está afirmado em seu livro “Poemas humanos”. Demais poetas
da realidade literária peruana são: Martín Adán, que renova as
formas tradicionais do verso espanhol em seu livro “Travesía de
extramares”, e Emilio Adolfo Westfallen, cuja temática está
concentrada na problemática do tempo e da existência, como o
demonstra o excelente “Abolición de la muerte”.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7.
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Um comentário:
Tu és um grande professor!
Todos nós, que ousamos dizer que somos "escritores", deveríamos visitar essa página e aprender contigo sobre as verdadeiras raízes sociais e os nomes dos representantes da literatura mundial, em especial sobre a formação da nossa literatura latino americana. Bela explanação, Rosemildo!
Um abraço, um bom domingo!!!
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