HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 13
LITERATURA FRANCESA
(Continuação do post anterior)
Com Chateaubriand e Mme. De Staël a literatura francesa rompe as perspectivas do mundo clássico descobrindo a Alemanha e sua poesia, a América e sua humanidade diferente; redescobre o passado gótico-medieval e conceitua a beleza independentemente da fixidez formal. Está, portanto, preparado o advento do romantismo literário.
O primeiro decênio do romantismo (de 1820 a 1830) é de intensa atividade literária, seja no campo das traduções, seja no da criação original. Entre os autores estrangeiros que são vertidos ao idioma francês, podem ser destacados: Shakespeare traduzido por Guizot, Byron por Pichot, Schiller por Barante, Manzoni por Fauriel, Wieland por Loeve-Veimars, Goethe por Nodier e também por Nerval, Dante por Deschamps. Quanto às obras românticas do primeiro decênio assinala-se: as primeiras “Méditations” de Lamartine (1790-1869), “Poèmes” por Alfred de Vigny (1797-1863), “Odes” de Victor Hugo (1802-1885), “Théâtre de Clara Gazul” de Mérimée, “Cinq Mars” de Vigny, “La Tableau de la Poésie Française au XVI Siècle” de Saint-Beuve, “Henri III et sa Cour” e “Antony” – todos de Dumas e os primeiros a conhecer a rápida e significativa aclamação popular.
Victor Hugo foi a máxima figura do romantismo francês pelo renome e prestígio alcançado; por sua atividade de romancista, poeta e autor teatral e por ter exercido a atividade literária durante todo o período da tendência que expressava o individualismo e o lirismo com consequente exaltação da sensibilidade e do “eu” num amplo anseio de comunhão com a natureza e a humanidade total. Como o poeta lírico de “Odes” denuncia forte influência de Lamartine e Chateaubriand, como o poeta satírico de “Les Châtiments” destaca-se pela expressão poética enérgica e violenta da crítica de Napoleão III. Como romancista dedica-se ao gênero histórico à Walter Scott e publica “Les Misérables” e “Notre Dame de Paris, nos quais se observa o gosto pronunciado pelo contraste. Em “La legende des Siècles” mescla o moralismo com o pitoresco; em “Notre Dame de Paris” apresenta excelente visão histórica de conjunto. A grande contribuição inicial de Hugo ao romantismo consiste no prefácio que anexa a “Cromwell”: neste prefácio-formulação teórica, afirma que, sendo o grotesco inseparável do sublime na vida real, não deveriam os gêneros trágico e cômico aparecer isoladamente; como consequências decorrem a eliminação das unidades de tempo e de lugar (e, portanto, a conservação da unidade de ação), a substituição da narrativa pela própria ação e a reconstituição fiel da época apresentada. Já no final do primeiro decênio romântico, V Hugo levava aos palcos com sucesso a peça “Hernani”, mas, sua obra-prima viria posteriormente com “Ruy Blas”, drama versificado.
Prosper Mérimée dedicou-se ao romance artístico-histórico. Além de “Théatre de Clara Gazul” – pseudo comediante espanhola que apresenta apenas criação da imaginação do autor –, escreveu “Chronique du temps de Charles IX”, “Colomba” e “Carmen”, nos quais está evidente seu esmero pela construção e a impessoalidade de relato que o aproximam do realismo clássico.
Alexandre Dumas pai, romancista de “Les Trois Mousquetaires” e de “Monte-Cristo”, foi, no entanto, sobretudo, autor teatral. Atesta-o sua peça “Antony” que pode ser considerada obra mais característica do teatro romântico. É notável o sentido que Dumas pai revela da ação e do autenticamente teatral. Foi Dumas o primeiro a introduzir à cena a cor local.
Alphonse de Lamartine é acima de tudo o poeta da ternura e do intimismo. Este idealizador do real, escreve com espontaneidade e sinceridade admiráveis seus poemas centralizados nos temas prediletos da busca do infinito, de amor à natureza, de anseio pela fé, de exaltação ao amor puro, como o demonstram seus poemas: “Le Lac”, “Le Soir”, “Isolement”, “L'Automne” e “Le Vallon”, ou “Ischia” e “Le Crucifix”. Lamartine tentou também o romance histórico com “Histoire des Girondins”.
(Continua no próximo post.)
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 47/49.
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4 comentários:
Muito bom mais esse capítulo.Ampliando a cultura por aqui!!! abraços,chica
Quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Cora Coralina
Beijos e o meu carinho...M@ria
MUITA CULTURA AMIGO! BOM REFORÇAR NOSSOS CONHECIMENTOS!
BEIJOS!!!
Muito importante conhecer mais da Literatura Francesa. Gostei demais amigo, voltarei pra ler as outras partes. Abraço!
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