quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Literatura Hispano-americana - Parte 10.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 10
PERU
A literatura peruana inicia-se com o estilo barroco, seja na poesia de Frei Diego de Hojeda (1570-1615), seja nos poemas de Juan Del Valle Caviedes (1655-1695), Hojeda é o autor do poema “La cristiada”, significativa epopeia na literatura religiosa no idioma espanhol. Também à criação poética religiosa consagrou uma parte de sua produção o poeta Juan Del Valle Caviedes, justamente consagrado como escritor barroco de seu país, mas sua criatividade estende-se também ao satírico em El diente del Parnaso e ao lirismo que assume, eminentemente, plena elaboração conceitista.
 
No quartel final do século XVIII aparece a famosa obra intitulada “El lazarillo de ciegos caminantes” escrita por Concolorcorco (Inca Calixto Bustamante Carlos) e notável pela visão de conjunto que apresenta da sociedade colonial no Peru e no Plata.
 
O romantismo literário peruano é representado por Carlos Augusto Salaverry, poeta de exótica temática, e por Ricardo Palma (1833-1919), autor de micro-novelas que são autênticas visões diacrônicas plenas de ironia sobre cenas peruanas.
 
Contistas representativos do Peru são Abraham Valdelomar (1888-1919), Enrique Congrains Martin (1932-2009) e José Maria Arguedas (1911-1969). Valdelomar destaca-se pelo desenvolvido sentido que apresenta do regional e do cotidiano; o regional é também desenvolvido por outro contista peruano, Ventura Garcia Calderón (1886-1959), em prosa de excelente qualidade e sutil ironia, como o demonstra a coletânea que traz como título “La venganza del cóndór”. Arguedas dedica-se à literatura de protesto e seus melhores contos estão reunidos sob o título “Agua”; Congrains Martín é o autor dos contos de “Kikuyo” e de “Lima, hora cero” e também o autor de “No una sino muchas muertes”, importante romance de seu país. Romancistas são ainda Ciro Alegría (1909-1967) e César Valleio 1892-1938: o primeiro apresenta decisiva influência de Dreiser, Dos Passos, Upton Sinclair e Sinclair Lewis em sua prosa realista de protesto social e em seu estilo simples, como o revela sua obra “El mundo es ancho y ajeno”; protesto social é também tônica de “Fabla salvaje”, escrito por César Vallejo em sua técnica de realista mágico.

César Vallejo é corajoso poeta em protesto contra a injustiça e em luta pelo estabelecimento da solidariedade humana, o que está afirmado em seu livro “Poemas humanos”. Demais poetas da realidade literária peruana são: Martín Adán, que renova as formas tradicionais do verso espanhol em seu livro “Travesía de extramares”, e Emilio Adolfo Westfallen, cuja temática está concentrada na problemática do tempo e da existência, como o demonstra o excelente “Abolición de la muerte”.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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Um comentário:

Vanuza Pantaleão disse...

Tu és um grande professor!
Todos nós, que ousamos dizer que somos "escritores", deveríamos visitar essa página e aprender contigo sobre as verdadeiras raízes sociais e os nomes dos representantes da literatura mundial, em especial sobre a formação da nossa literatura latino americana. Bela explanação, Rosemildo!
Um abraço, um bom domingo!!!

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