HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 62
LITERATURA ITALIANA -- IV
O renascimento
No século XV é necessário destacar Angelo Poliziano
(1454-1494), Girolamo Savonarola (1452-1498), Leonardo da Vinci
(1452-1498), Matteo Maria Boiardo (1434-1493), Francesco Guicciardini
(1483-1540) e, sobretudo, Ludovico Ariosto e Niccolo Machiavelli
(1474-1533; 1469-1527).
Angelo Poliziano, como ficou conhecido Angelo Ambrogini,
é autor dos poemas de “Stanze” e do drama idílico-elegíaco
denominado “Favola d'Orfeo”, decadentisticamente inspirado nos
”mistérios” medievais. O poeta Poliziano tenta a harmonização
existencial entre seu humanismo epicurista e a tendência à
melancolia que traz em si.
Girolamo Savonarola é o grande representante da
eloquência renascentista italiana. Em sua juventude, Savonarola
compôs uma série de poemas com temática amorosa e desenvolvimento
petrarquiano. Este monge dominicano por seu reformismo religioso e
político terminou sua vida enforcado e queimado por ordem do papa
Alexandre VI, contra o qual havia dirigido sua vibrante eloquência.
Leonardo da Vinci, exemplar como novo homem consoante
dos ideais renascentistas, exerceu também significativa atividade
literária e muito contribuiu para a fixação da língua italiana. O
tema essencial de suas composições literárias pode ser colocado
como centralizado nas demonstrações e meditações sobre a
misteriosa grandeza do mundo.
Francesco Guicciardini tem seu espírito de escritor
renascentista determinado pelas preocupações básicas de amoralismo
e objetividade nas análises que empreende das realidades históricas
e políticas. Na obra deste político e historiador é destacada a
posição que assume seu estudo intitulado “Storia d'Italia dal
1492 al 1534”. Pode-se caracterizar seu método de estudos
históricos como maquiavelismo que se aproxima do relativismo
empírico. Seu estilo é constituído pela amplificação de frases à
Cícero com encandeamento e claridade.
Niccolo Machiavelli foi o grande mestre de Guicciardini
e seu livro “II principe” é um autêntico tratado de Sociologia
Política. Machiavelli, senhor de uma prosa caracterizada pela
sobriedade e concisão alcançadas, é o autor das comédias “Clizia”
e “Mandragora”. O maquiavelismo é a teoria retirada de “II
principe” e se refere exatamente ao predomínio que o Estado assume
sobre o indivíduo para a realização do bem comum e à autonomia
dos domínios político e moral.
Contrário a Machiavelli, que realisticamente observou a
realidade de seu século, surge o escritor Lodovico Ariosto, o qual
viu a época de uma maneira idealizada e fantasista. Retomando o tema
da epopeia romântica, “Orlando Enamorado”, romance de cavalaria
composto por Matteo Maria Boiardo, Ariosto elaborou o famoso poema
“Orlando Furioso”. Ariosto apresenta em sua visão da vida a
juventude e espontaneidade dos sentimentos humanos, bem como a adesão
imediata aos impulsos e paixões, mas, observa-se a constante
inserção do elemento maravilhoso durante a narrativa versificada.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 110/112.
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