quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Literatura hispano-americana - Parte 12.

 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 12

VENEZUELA

Da poesia venezuelana, três nomes devem ser lembrados: Jacinto Fombona Pachano (1901-1951), autor de “Las torres desprevenidas”, cuja temática apresenta a humanidade ameaçada pela barbárie da guerra; Juan Calzadilla (1931), autor de “La torre de los pájaros”; Ida Gramcko (1925-1994), autora de “Poemas” e de “La vara májica”, é poetisa que combina perfeição formal à intensidade de sentimentos e à capacidade de criação de símbolos e elaboração de mitos.


A presença quase excessiva do simbólico caracteriza a prosa de Rómulo Gallegos 1884-1969), autor de “Doña Bárbara”, romance em que demonstra claramente o seu fácil domínio da expressão. Espontaneidade de estilo, ironia e simplicidade de sentimentos inteligentemente apresentados estão presentes na prosa subjetivista de Tereza de la Parra (1891-1936). A ironia é característica também do forte estilo de José Rafael Pocaterra (1889-1955), escritor que se destaca na descrição de tipos. A descrição psicológica do personagem caracteriza a técnica do romancista Ramón Díaz Sánches (1903-1968). Antonio Arraiz (1903-1962) descreve com perfeição seus personagens, mas, coloca-os em situação de sofrimento sob mais uma ditadura militarista sul-americana. A obra máxima de Arraiz intitula-se “Puros hombres”. Miguel Otero Silva (1908-1985) destaca-se pelo admirável poder expressivo de seu livro ”Casas Muertas”. Arturo Uslar Pietri (1905-2001), autor de “Las lanzas coloridas”, reformula a interpretação histórica da independência venezuelana ao colocá-la no quadro amplo da realidade americana. Reformulação da novelística venezuelana com apresentação de novos rumos e com a exemplificação de sua obra rica em conteúdo poemático atesta significação do autor de “Primavera nocturna”, Julián Padrón (1910-1954).


Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Literatura hispano-americana - Parte 11.

 
 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 11
URUGUAI

O romantismo uruguaio apresenta a significativa obra poética de Zorrilla de San Martín (1855-1931). Juan Zorrilla de San Martín dedicou-se a vários gêneros, porém, o ápice de sua criação literária é indubitavelmente o poema épico-lírico intitulado “Tabaré”, excelente romance histórico em versos que não encontra superação por qualquer outro do mesmo gênero em toda a literatura hispano-americana.
 
A grande significação literária uruguaia está localizada, com a exceção do romântico autor de “Tabaré”, no modernismo. Júlio Herrera y Reyssig (1875-1910) é original voz poética do modernismo que, em alguns momentos, aproxima-se “avant la lettre” do surrealismo pelo subconsciente que informa seus versos. Suas primeiras publicações foram “Los éxtasis de la montaña” e “Los parques abandonados”; suas obras completas foram, a seguir, publicadas em cinco volumes. Predominantemente seu estilo literário é o simbolismo e sua expressão poética constrói-se por extensão gradativa que, a partir da simplicidade e tranquilidade, eleva-se à obscuridade e à violência, sem que seja alterado o nível de extrema musicalidade e lirismo.
 

O primeiro prosador modernista na literatura uruguaia é José Henrique Rodó (1871-1917), autor de “Ariel”. Com idealismo indefinido e certo otimismo, Rodó desenvolve a defesa do ser humano que abandona a comum realização parcial e alcança a integral expansão.
 
Carlos Reyles (1868-1938), autor de “El embrujo de sevilla”, é romancista realista que se destaca pela análise psicológica e pela observação regionalista. Outro romancista importante é Enrique Amorim (1900-1960), notabilizado com “El paisano Aguillar”, significativa realização da literatura uruguaia de vanguarda. O estilo de Amorim caracteriza-se pelo domínio de naturalidade do enriquecimento através de metáforas. O realismo marca a técnica do romancista Juan Carlos Onetti (1909-1994), altamente influenciado por Faulkner e Dos Passos. Sua obra máxima, “La vida breve”, é excelente para transcrever literariamente a solidão e os fracassos humanos nos ambientes urbanos e para enriquecer a qualidade de sua prosa ao alcançar momentos de realização lírica.
 
A poesia uruguaia moderna é representada por Delmira Agustini (1886-1914), Juana de Ibarbourou (1892-1979), Sara de Ibáñez (1909-1972) e Juan Cunha (1910-1985). A poetisa Delmira Agustini destaca-se pela ousadia de imagens e pelo prazer estético que utiliza para elevação de suas confissões. A grande realização poética de Juana de Ibarbourou está em “Las lenguas de diamante”; o momento máximo da poesia de Sara de Ibáñez está em “Pastoral”, cujos poemas revelam domínio dos elementos formais dos versos e extrema musicalidade que os caracteriza. A poesia de Juan Cunha abre-se para abranger a solidão e a comunhão entre os seres humanos. A obra principal de Cunha é “El pájaro que vino de la noche”.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Literatura Hispano-americana - Parte 10.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 10
PERU
A literatura peruana inicia-se com o estilo barroco, seja na poesia de Frei Diego de Hojeda (1570-1615), seja nos poemas de Juan Del Valle Caviedes (1655-1695), Hojeda é o autor do poema “La cristiada”, significativa epopeia na literatura religiosa no idioma espanhol. Também à criação poética religiosa consagrou uma parte de sua produção o poeta Juan Del Valle Caviedes, justamente consagrado como escritor barroco de seu país, mas sua criatividade estende-se também ao satírico em El diente del Parnaso e ao lirismo que assume, eminentemente, plena elaboração conceitista.
 
No quartel final do século XVIII aparece a famosa obra intitulada “El lazarillo de ciegos caminantes” escrita por Concolorcorco (Inca Calixto Bustamante Carlos) e notável pela visão de conjunto que apresenta da sociedade colonial no Peru e no Plata.
 
O romantismo literário peruano é representado por Carlos Augusto Salaverry, poeta de exótica temática, e por Ricardo Palma (1833-1919), autor de micro-novelas que são autênticas visões diacrônicas plenas de ironia sobre cenas peruanas.
 
Contistas representativos do Peru são Abraham Valdelomar (1888-1919), Enrique Congrains Martin (1932-2009) e José Maria Arguedas (1911-1969). Valdelomar destaca-se pelo desenvolvido sentido que apresenta do regional e do cotidiano; o regional é também desenvolvido por outro contista peruano, Ventura Garcia Calderón (1886-1959), em prosa de excelente qualidade e sutil ironia, como o demonstra a coletânea que traz como título “La venganza del cóndór”. Arguedas dedica-se à literatura de protesto e seus melhores contos estão reunidos sob o título “Agua”; Congrains Martín é o autor dos contos de “Kikuyo” e de “Lima, hora cero” e também o autor de “No una sino muchas muertes”, importante romance de seu país. Romancistas são ainda Ciro Alegría (1909-1967) e César Valleio 1892-1938: o primeiro apresenta decisiva influência de Dreiser, Dos Passos, Upton Sinclair e Sinclair Lewis em sua prosa realista de protesto social e em seu estilo simples, como o revela sua obra “El mundo es ancho y ajeno”; protesto social é também tônica de “Fabla salvaje”, escrito por César Vallejo em sua técnica de realista mágico.

César Vallejo é corajoso poeta em protesto contra a injustiça e em luta pelo estabelecimento da solidariedade humana, o que está afirmado em seu livro “Poemas humanos”. Demais poetas da realidade literária peruana são: Martín Adán, que renova as formas tradicionais do verso espanhol em seu livro “Travesía de extramares”, e Emilio Adolfo Westfallen, cuja temática está concentrada na problemática do tempo e da existência, como o demonstra o excelente “Abolición de la muerte”.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Setenta e duas primaveras.

  
  

S etenta e duas primaveras,
E ntre os altos e baixos da vida. Sempre
T ombando e levantando como tubo pet,
E m sua reciclagem, em prol do ambiente.
N o ar, voando como a abelha em busca de pólen,
T ateando como nau sem rumo, no mundo da net,
A procura de um tema, para um mero poema.

E nveredando por trilhas que me dignifique,

D ivulgando baboseiras sem querer obter record,
U nindo palavras, rimando o angu com o caju,
A frontando a cultura, assassinando a gramática,
S em nenhuma graça, com concordâncias esparsas.

P obre de cultura. Não sou top nem almejo Ibop,
R esponsável eu sou, talvez, um dia não possa ser.
I nvento baboseiras assim, sem olhar de onde parti,
M isturando rima de caqui, com rima de aipim.
A prendo com os livros o que mais me interessa,
V ejo, também, as besteiras e o melhor da Tv.
E rguendo-me sempre, em cada vez que tropece,
R espeitando os direitos de quem possa ter e, ser
A legre e feliz, sentimentos de quem comemora
S etenta e duas primaveras

R.S. Furtado 

MEU QUERIDOS AMIGOS

Hoje, dia 23 de setembro, despertei e, quando conversei com meu DEUS (o que faço diariamente à noite ao deitar para dormir e ao despertar pela manhã), além dos outros costumeiros e importantes agradecimentos, agradeci também, pelo prazer e a satisfação de poder receber a visita de mais uma primavera, principalmente, por saber que meus dois filhos, Rosemildo Filho e Rosenildo, também a receberam e, o melhor, em paz e gozando da mais perfeita saúde. Rosemildo Filho e Rosenildo completam hoje 44 e 38 anos, respectivamente, por isso, tomei a liberdade de partilhar com eles esta humilde comemoração.

“QUE DEUS SEJA LOUVADO”

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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Literatura Hispano-americana - Parte 09.

 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 9
MÉXICO – II

O modernismo é anunciado na literatura mexicana por Manuel Gutiérrez Nájera (1859-1895), autor dos poemas “Pax animae” e Non omnis moriar” nos quais transcreve poeticamente sua resignação e melancolia. O modernismo mexicano afirma-se definitivamente com Amado Nervo (1870-1919), cujos melhores poemas estão reunidos nos livros “Serenidad”, “Jardines interiores” e “Plenitud” e centralizam-se nos múltiplos aspectos do amor. A expressão poética de Amado Nervo destaca-se pela profunda suavidade.

A expressão poética é continuada, em nossos dias, pelos poetas: Enrique Gonzáles Martinez (1871-1950), Ramón López Velarde (1888-1921), Carlos Pellicer (1897-1977), Xavier Villaurrutia (1903-1950), José Gorostiza (1901-1973), Octavio Paz (1914-1998), Alí Chumacero (1918-2010) e Marco de Oca (1932-2009).

A poesia de Gonzáles Martínez mescla panteísmo e ironia com grande musicalidade de versos. Os versos póstumos de Velarde reunidos em “El son del corazón” imortalizam o poeta de significativa intensidade espiritual e sensualidade. “Hora de junio”,”Recinto”, “Práctica de vuelo” são os principais livros da poesia religiosa rica em imagens cromáticas e pela musicalidade de estilo criada por Pellicer. O domínio de sons destaca também os versos de Villaurrutia, cuja temática é caracterizada pela amplitude formada pela concentração na angústia existencial, como bem o demonstra sua obra-prima “Nostalgia de la muerte”. Lirismo e profundidade apresentam os versos de “Canciones para cantar em las barcas” e de “Muerte sin fin”, obra de Gorostiza. Octavio Paz é o poeta de “Piedra de sol”, criação lírica de um poeta que sente impossível o diálogo entre sua existência e o ser, restando-lhe apenas a objetivação de instantes existenciais através da poesia. Ali Chumacero é o autor da perfeição cultural, como o revela sua obra máxima de criação poética: “Palabras de reposo”. Do poeta Marco Antonio Montes de Oca são os poemas de ”Delante de la cruz cantam los pájaros”. 
 
A moderna prosa da literatura mexicana destaca os nomes de Mariano Azuela (1873-1952), martin Luis Guzmán (1887-1976), Agustín Yáñez (1904-1980) e Juan Rulfo (1917-1986). O melhor romance de Azuela é “Los de abajo” que trata a revolução mexicana em tons épocos; maior complexidade de técnica novelística e imagens de mais intensa força poética apresenta a obra “Pedro Páramo”, de autoria de Juan Rulfo. Martín Luis Guzmán destaca-se pelo vigos estilístico de “El águila y la serpiente” e de “La sombra del caudilho”. Com a prosa de Yáñez aproximamo-nos da criação poética pelos aspectos poemáticos que apresenta. Em seu livro intitulado “Al filo del agua” Táñez obtém uma complexa estruturação para poder transmitir o fluxo de consciência; em “Pasión y convelecencia” Agustín Yáñez introduz a supremacia do objetivo sobre o objetivo.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.

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