Rio Negro |
GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
CÂNDIDO M. DA S . RONDON Parte – 02.
Sertanista, conheceu amplamente o coração do Brasil, graças à atividade pioneira das construções de linhas telegráficas, de Cuiabá ao Araguaia (1890-1891), de Cuiabá a Corumbá, prolongando-se até as fronteiras do Paraguai e Bolívia (1900-1906), outros pontos de Mato Grosso, e exploração do Rio Negro. É ele próprio que diz: – “Realizei, ao mesmo tempo, enorme série de explorações, desvendando os segredos dos pantanais, executando estudos geográficos, fazendo determinação precisa de coordenadas de pontos que poderiam servir de base a futuras operações geodésicas, fazendo classificações na flora e na fauna. E tive, assim, a alegria de conseguir que a vastíssima região do sul de Mato Grasso se tornasse uma das mais bem conhecidas do território nacional, não só sob o ponto de vista cartográfico, como também quanto a população, riquezas materiais do solo, capacidade de produção, recursos, vias de comunicação.
Assim, os trabalhos de reconhecimento e determinações geográficas, o estudo das riquezas minerais, de constituição do solo, do clima, das florestas, dos rios, caminharam, pari-passu, com os trabalhos da construção da linha telegráfica, do traçado de estradas de penetração, do lançamento de futuros centros de povoação, da instalação das primeiras lavouras e dos primeiros núcleos de criação de gado. Só assim,pudera eu, na exploração anterior, entregar a Pátria não só um território até ai desconhecido, como também as populações desse território já mansamente afeiçoadas à nossa gente, aptas para prosseguir espontaneamente na sua evolução.”
Na fase de 1915-1919 fez muito mais ainda: “Levantamos, ainda, as cabeceiras dos rios Correntes, Itiquira, Garças, São Lourenço – como complemento de levantamentos anteriores dos cursos desses rios – Arinos e Teles Pires, antigo São Miguel, e delineamos os divisores destes rios e do Xingu com o Cuiabá e o Rio das Mortes.
Concluímos o estudo das cabeceiras do Xingu, levantando o Coluene e traçamos nas plantas os cursos exatos dos rios: alto e médio Paraguai e seus tributários Miranda, Aquidauana, Negro, Taquari, São Lourenço, Piquiri, Correntes, Itiquiré, afluente do Parnaíba; Araguaia e seus tributários das Garças e das Mortes; Coluene, cabeceira principal do Xingu; Teles Pires, confluente do Jurema; Roosevelt, com seus dois formadores: Dúvida e Capitão Cardoso; Gi-Paraná e seus tributários, Jaru, São Domingos, Amari e Machadinho; Janari e seu confluente Candeias; Jaci-Paraná e seu tributário Branco; Marmelos e seus afluentes Maici e Branco; Sucunduri e Canuman; alto e baixo Guaporé e seus tributários, Cabixi, Corumbiara, Miguel e Cautário; baixo Mamoré.
Continua
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