Princesa Isabel |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JOAQUIM
NABUCO – PARTE 03
Retorna
ao Brasil em 1884, depois de haver recusado o cargo de diretor da
Biblioteca Nacional. Prefere a atividade política. Na ocasião,
discutia-se no Brasil a Lei dos Sexagenários, libertação dos
escravos maiores de sessenta anos e Nabuco se inscreve como candidato
a deputado por Pernambuco, no 1º Distrito (Recife). Perde a eleição
por poucos votos. Mas surge outra oportunidade, em segundo
escrutínio, no quarto Distrito (Nazaré). Os demais candidatos
desistem e Nabuco é eleito espetacularmente (1885).
Sem
abandonar a campanha pela abolição, como deputado e como presidente
da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, Nabuco ergue ainda a
bandeira da federação que, vencedora, teria prolongado ainda por
muitos anos a monarquia. Mas os liberais não iam tão longe. Os
conservadores é que estavam facilitando a ideia da abolição. Em
1888 apoia o gabinete conservador de João Alfredo, que apresenta o
projeto de emancipação imediata sem indenização.
Escrevendo
em O Paiz, órgão republicano, embora ele não o fosse, advoga a
ideia de uma monarquia federativa e popular sob a regência da
Princesa Isabel. (Imperador se achava na Europa, em tratamento de
saúde).
Mas
veio a República, no ano seguinte, e ele decide abandonar a
atividade política. Não apreciava a República: “Meus sentimentos
são republicanos, disse ele, certa vez, mas não se deve tomar como
república, as formas pobres de governo assim chamadas através da
América”. Referia-se à sucessão de golpes militares e ditadores
que arruinavam as pobres repúblicas americanas, dos quais a
monarquia havia livrado o Brasil.
Durante
dez anos se manteve alheio aos acontecimentos políticos que agitavam
o país, recusando participar deles. Já estava casado (casou-se em
1889 no mesmo ano em que caia a República) e decidiu dedicar-se a
escrever. É então que escreve Um Estadista do Império, que é uma
biografia do seu pai, o senador Nabuco, na qual esboça um panorama
da vida monárquica, (1898-1899) e Minha Formação, um dos mais
belos livros, pela singeleza do estilo, já escritos no Brasil,
inspirado possivelmente por Renan, o historiador e filósofo francês
do qual foi amigo e admirador e autor do livro Souvenirs d’Enfance
et de Jeunesse.
Continua
LEONCIO
BASBAUM