GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
IRINEU
EVANGELISTA DE SOUZA (MAUÁ) - PARTE 05.
Empreendimento
de vulto foi igualmente a Companhia de Bondes Jardim Botânico, que
primeiramente fez trafegar uma pequena estrada de ferro para a Tijuca
e posteriormente inaugurou o bonde de burros, sobre trilhos, para
Botafogo. Conquanto não lhe merecesse confiança, ajudou-a a manter
e mais tarde passou-a à primeira empresa norte-americana a se
instalar entre nós, a Botanical Garden Rail Road Company, que
prosperou e se expandiu amplamente. Para Alberto de Faria esta foi a
melhor mina de ouro que Mauá deixou escapar, porque cada conto de
réis empregado na construção dos primeiros trilhos até o Largo do
Machado valeriam em 1926, em benefícios acumulados, 70 contos, ou se
fossem empregados em terrenos em Copacabana, para os quais Mauá
olhava com
clarividência, o lucro teria sido de três a cinco vezes mais ainda.
Este exemplo frutificou em organizações semelhantes em Bruxelas,
Lisboa e Montevidéu. Foi um amigo de Mauá, seu companheiro no Clube
da Reforma, a organização política liberal da época, Francisco
Sabino de Freitas Reis, que criou uma empresa de bondes em Paris.
Constituiu
obra de Mauá a dessecação
do Canal do Mangue, do Rio de Janeiro, que era então um vasto
pântano,
extenso foco de infecções
e exalações
desagradáveis, viveiro de mosquitos. Interveio ainda Mauá na
Companhia Fluminense de Transporte, que teve a concessão,
por doze anos, para o uso de carros de quatro rodas para o transporte
de café e outros produtos. O abastecimento de água no Rio de
Janeiro foi em parte obra de Mauá, pois, mandou proceder aos
estudos, gastando em parte dinheiro do seu próprio bolso, mas a
concessão
foi obtida por um recomendado do banqueiro inglês, Rothschild,
arcando assim Mauá com os prejuízos.
Mauá
teve grande destaque, igualmente, na instauração e desenvolvimento
dos serviços de comunicações e transportes.
Descoberto
em 1837, o telégrafo elétrico só em 1857 ligava os Estados Unidos
à Europa. Entretanto em 1852 já ele ligava a Corte a Petrópolis.
Mas foi a Mauá que coube a glória da introdução
do cabo submarino no Brasil. Embora tenha obtido a concessão
para si em 1872, deu-a – é o termo verdadeiro, porque vendeu-a por
uma libra, já que não podia doá-la – a uma empresa estrangeira,
a Brazilian Submarine Telegrapf Company, “sem ao menos reservar a
vantagem mínima de ter direito a telegramas gratuitos” – observa
Claudio Ganus. Tornou-se assim possível, em 22 de junho de 1874, o
Imperador Pedro II expedir, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro,
mensagens congratulatórias ao Papa Pio IX, à Rainha Vitória, ao
Imperador Guilherme I, ao marechal Mac Mahon, ao General Grant, e
outros chefes de Estado e já no dia seguinte recebia
as respostas. Em 1873 esses serviços foram transferidos à Western
Brazilian Telegraph Co. Ltd. A única vantagem conseguida por Mauá
foi o título de visconde, que outro visconde, o do Rio Branco, lhe
trazia como reconhecimento, da parte do Imperador, pelos serviços
prestados. Mais tarde tais serviços foram estendidos ao Uruguai,
Argentina e Estados Unidos. Alberto de Faria acha que esta obra é a
que mais evidencia o patriotismo e o depreendimento
de interesse de Mauá.
Vejamos
agora o capítulo referente às estradas de ferro, não menos
importante nas realizações de Mauá, em sua obra de pioneirismo.
Em
meados do século XIX, embora a nossa produção agrícola,
principalmente o café, já atingisse ponderável volume, envolvendo
a Corte, o Rio de Janeiro, São
Paulo e parte de Minas Gerais, não possuíamos estradas que
prestassem e a prevenção
era grande contra as ferrovias. Assim, Bernardo Pereira de
Vasconcelos achava que uma estrada de ferro transportaria num dia
todo a produção,
passando o resto do tempo ociosa. O Marquês de Paraná dizia que
estrada de ferro
não era cabrito para subir morros, referindo-se
ao nosso território montanhoso. Mauá, como precursor que foi,
construiu a primeira estrada de ferro em nosso país, inaugurando o
trecho entre o porto da Estrela e a raiz da Serra de Petrópolis em
30 de abril de 1854, custeado com seu próprio dinheiro. Recebeu,
nessa ocasião, seu primeiro título nobiliárquico, o de barão. Na
solenidade de inauguração perante Pedro II, pronunciou discurso que
se tornou famoso, auspiciando outras estradas cortando o pais em
todas as direções, tornando o Rio de Janeiro um centro de comércio,
indústria e civilização, que nada tenha que invejar a ponto algum
do mundo.
Continua...
Heitor
Ferreira de Lima
Um comentário:
Gosto de pessoas hábeis e inteligentes, k saibam fazer progredir um país e suas gentes, desinteressadamente.
Mauá fez expandir sua política a outros países, mas no sentido positivo, obviamente.
Estrada de ferro é caminho de ferro? Então, transportes e comunicações ele desenvolveu e mto, e alg. obras foram custeadas com seu próprio dinheiro. Ah, ah, Dilma e Temer, ponham os olhos na capacidade e desprendimento desse homem.
Em Portugal, Mauá tem parceiro político, k foi Fontes Pereira de Melo, séc. XIX.
E a Internet daquele tempo começou a chegar a quase todo o lugar e D. Pedro II presente. O Rio de Janeiro era lindo e se equiparava a qualquer cidade desenvolvida do mundo.
Amei saber de tudo isso.
Beijos.
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