quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Literatura portuguesa - Parte 06.

 
HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA – PARTE 6

O nascimento desse filho de Afonso VI – o Infante D. Sancho – veio ameaçar os sonhos que o Conde Raimundo abrigava de vir a se tornar, um dia, por morte do sogro, o senhor de Castela e de Leão. E também os de Henrique, de crescer em riqueza e poderio à sombra do seu primo, tornado rei. Aliaram-se então os dois condes diante da ameaça representada pelo novo infante, firmando um tratado secreto em que se comprometiam a se ajudarem mutuamente na tentativa de impedir que o trono de Leão e Castela parasse às mãos do novo príncipe.

Se tudo desse certo, o trono de Leão e Castela iria para Raimundo, como estava previsto antes do nascimento de Sancho, ao passo que Henrique receberia grandes compensações em dinheiro e em terras: o Principado de Toledo, ou, caso não fosse possível, o Condado Portucalense, que já governava. 
 
Todavia, a sorte – se é que podemos falar assim – não estava, desta vez, do lado do conde porque, em menos de dois anos a contar da assinatura do referido tratado, morreram, nessa ordem, Raimundo, Sancho e Afonso VI. O primeiro, repentinamente; o segundo, em combate contra os muçulmanos, posto que ainda fosse apenas um adolescente; o terceiro, após uma longa enfermidade, agravada pela tristeza produzida pela morte do seu único filho varão.

Com a morte de Alfonso VI, o governo de Leão e Castela passou às mãos de sua filha, a Infanta D. Urraca, viúva do Conde Raimundo da Galícia, que havia sido declarada por seu pai sua herdeira universal. Mas D. Urraca permaneceu viúva por pouco tempo. Forçada pela nobreza do reino, que desejava ver as rédeas do governo entregues a um príncipe capaz de fazer frente à ameaça muçulmana, a viúva do Conde Raimundo contraiu núpcias com o Rei Afonso I do Aragão.

Esses acontecimentos obrigaram o Conde Henrique a renunciar, pelo menos momentaneamente, aos seus sonhos monárquicos. Mas não por muito tempo porque logo eclodiu na Galícia um movimento separatista a favor do Infante Afonso Raimundes, filho de D. Urraca e do Conde Raimundo, príncipe esse que havia sido reconhecido como Rei da Galícia pelo seu avô, no caso de um segundo casamento de D. Urraca. Essa rebelião não teve consequências sérias porque foi logo sufocada pelas forças do novo casal. Entretanto, a harmonia entre D. Urraca e Afonso I, do Aragão, durou pouco. Frequentes rusgas domésticas passaram a turbar a paz conjugal de ambos, e essas rusgas logo evoluíram para a separação completa e, projetando-se no plano internacional, para uma guerra entre Leão e Castela, de um lado, e o Aragão, do outro.
 
Obs: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Boa noite, amigo Furtado
Hoje resolvi vir conhecer este teu outro blog e em boa hora o fiz, pois gosto imenso de História, e, como tal, achei muito bons estes últimos posts.
Fiz-me seguidor também neste blog e voltarei sempre que o meu curto tempo o permita...
Uma coisa é certa, não perderemos o contacto.

Continuação de boa semana.
Um abraço
Miguel

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