quarta-feira, 13 de julho de 2016

Grandes vultos: Visconde de Mauá - Parte 05.


    
GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
IRINEU EVANGELISTA DE SOUZA (MAUÁ) - PARTE 05.
Empreendimento de vulto foi igualmente a Companhia de Bondes Jardim Botânico, que primeiramente fez trafegar uma pequena estrada de ferro para a Tijuca e posteriormente inaugurou o bonde de burros, sobre trilhos, para Botafogo. Conquanto não lhe merecesse confiança, ajudou-a a manter e mais tarde passou-a à primeira empresa norte-americana a se instalar entre nós, a Botanical Garden Rail Road Company, que prosperou e se expandiu amplamente. Para Alberto de Faria esta foi a melhor mina de ouro que Mauá deixou escapar, porque cada conto de réis empregado na construção dos primeiros trilhos até o Largo do Machado valeriam em 1926, em benefícios acumulados, 70 contos, ou se fossem empregados em terrenos em Copacabana, para os quais Mauá olhava com clarividência, o lucro teria sido de três a cinco vezes mais ainda. Este exemplo frutificou em organizações semelhantes em Bruxelas, Lisboa e Montevidéu. Foi um amigo de Mauá, seu companheiro no Clube da Reforma, a organização política liberal da época, Francisco Sabino de Freitas Reis, que criou uma empresa de bondes em Paris.
Constituiu obra de Mauá a dessecação do Canal do Mangue, do Rio de Janeiro, que era então um vasto pântano, extenso foco de infecções e exalações desagradáveis, viveiro de mosquitos. Interveio ainda Mauá na Companhia Fluminense de Transporte, que teve a concessão, por doze anos, para o uso de carros de quatro rodas para o transporte de café e outros produtos. O abastecimento de água no Rio de Janeiro foi em parte obra de Mauá, pois, mandou proceder aos estudos, gastando em parte dinheiro do seu próprio bolso, mas a concessão foi obtida por um recomendado do banqueiro inglês, Rothschild, arcando assim Mauá com os prejuízos.
Mauá teve grande destaque, igualmente, na instauração e desenvolvimento dos serviços de comunicações e transportes.
Descoberto em 1837, o telégrafo elétrico só em 1857 ligava os Estados Unidos à Europa. Entretanto em 1852 já ele ligava a Corte a Petrópolis. Mas foi a Mauá que coube a glória da introdução do cabo submarino no Brasil. Embora tenha obtido a concessão para si em 1872, deu-a – é o termo verdadeiro, porque vendeu-a por uma libra, já que não podia doá-la – a uma empresa estrangeira, a Brazilian Submarine Telegrapf Company, “sem ao menos reservar a vantagem mínima de ter direito a telegramas gratuitos” – observa Claudio Ganus. Tornou-se assim possível, em 22 de junho de 1874, o Imperador Pedro II expedir, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, mensagens congratulatórias ao Papa Pio IX, à Rainha Vitória, ao Imperador Guilherme I, ao marechal Mac Mahon, ao General Grant, e outros chefes de Estado e já no dia seguinte recebia as respostas. Em 1873 esses serviços foram transferidos à Western Brazilian Telegraph Co. Ltd. A única vantagem conseguida por Mauá foi o título de visconde, que outro visconde, o do Rio Branco, lhe trazia como reconhecimento, da parte do Imperador, pelos serviços prestados. Mais tarde tais serviços foram estendidos ao Uruguai, Argentina e Estados Unidos. Alberto de Faria acha que esta obra é a que mais evidencia o patriotismo e o depreendimento de interesse de Mauá.
Vejamos agora o capítulo referente às estradas de ferro, não menos importante nas realizações de Mauá, em sua obra de pioneirismo.
Em meados do século XIX, embora a nossa produção agrícola, principalmente o café, já atingisse ponderável volume, envolvendo a Corte, o Rio de Janeiro, São Paulo e parte de Minas Gerais, não possuíamos estradas que prestassem e a prevenção era grande contra as ferrovias. Assim, Bernardo Pereira de Vasconcelos achava que uma estrada de ferro transportaria num dia todo a produção, passando o resto do tempo ociosa. O Marquês de Paraná dizia que estrada de ferro não era cabrito para subir morros, referindo-se ao nosso território montanhoso. Mauá, como precursor que foi, construiu a primeira estrada de ferro em nosso país, inaugurando o trecho entre o porto da Estrela e a raiz da Serra de Petrópolis em 30 de abril de 1854, custeado com seu próprio dinheiro. Recebeu, nessa ocasião, seu primeiro título nobiliárquico, o de barão. Na solenidade de inauguração perante Pedro II, pronunciou discurso que se tornou famoso, auspiciando outras estradas cortando o pais em todas as direções, tornando o Rio de Janeiro um centro de comércio, indústria e civilização, que nada tenha que invejar a ponto algum do mundo.
Continua...
Heitor Ferreira de Lima

Um comentário:

CÉU disse...

Gosto de pessoas hábeis e inteligentes, k saibam fazer progredir um país e suas gentes, desinteressadamente.

Mauá fez expandir sua política a outros países, mas no sentido positivo, obviamente.

Estrada de ferro é caminho de ferro? Então, transportes e comunicações ele desenvolveu e mto, e alg. obras foram custeadas com seu próprio dinheiro. Ah, ah, Dilma e Temer, ponham os olhos na capacidade e desprendimento desse homem.

Em Portugal, Mauá tem parceiro político, k foi Fontes Pereira de Melo, séc. XIX.

E a Internet daquele tempo começou a chegar a quase todo o lugar e D. Pedro II presente. O Rio de Janeiro era lindo e se equiparava a qualquer cidade desenvolvida do mundo.

Amei saber de tudo isso.

Beijos.

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