quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Grandes vultos: Clóvis Beviláqua - Parte 16.

Clóvis Beviláqua

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
CLÓVIS BEVILÁQUA – PARTE - 16
O mestre consumado, o Dr. Coelho Rodrigues, maduro no direito, autoridade respeitada, aponta falhas, critica, argumenta e, afinal, opina pela rejeição do plano do projeto.
Seabra convida Clóvis a manifestar-se. Fala Beviláqua: “Sr. Presidente, as minhas primeiras palavras, nesta ocasião, deve ser de agradecimentos aos eminentes mestres… pela gentileza que tiveram para com o obscuro professor provinciano, convidando-o a assistir à discussão a que vai ser submetido o projeto do Código Civil Brasileiro. As palavras me acodem dificilmente aos lábios, mas o sentimento se me arraiga firme no coração...”
Discorre o singelíssimo Clóvis. Faal sempre numa linguagem objetiva, simples, direta, convincente. Em dado momento é aparteado por Coelho Rodrigues, o que provoca a censura da Mesa.
Posta a matéria em votação, é aprovado o plano por confortadora maioria. Estava salvo o projeto. O cearense vencera gigantes…
Todavia, quantos tropeços, quantos escolhos, quantos abismos, não havia de ser postos no caminho do projeto… De um apenas vamos cuidar, embora rapidamente, porque, pela sua importância, pela profundidade, era capaz de fazer rolar por terra todo o livro relativo ao direito da família. Refiro-me ao sempre cruciante problema do divórcio a vínculo.
O projeto não o adotara. Procurava-se fazer crer que havia nisso intromissão do clericalismo. Puro engano. A matéria foi discutidíssima no Parlamento. Parece-me que em nenhuma outra oportunidade chegaram exaltar-se tanto os deputados. Em nenhuma outra, também, houve concordância entre Clóvis e os reconciliáveis Coelho Rodrigues e Andrade Figueira. O deputado Guedelha Mourão, depois de relatar que Coelho Rodrigues, a princípio, partidário do divórcio, rendera-se aos argumentos contrários, declara que dispensa citar autoridades porque, diz ele: “temos o nome do ilustrado redator do Código, o Sr. Clóvis Beviláqua, cujo defeito único é talvez o de não adotar, como eu, a crença católica em sua integridade, mas cujo talento e aplicação de espírito é de todos conhecido. S. Excia. prestou relevante serviço dizendo com sua autoridade moral……………. Que condena o divórcio” (Trabalhos, V., pág. 44).
Continua
MANUEL AUGUSTO VIEIRA NETO
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