quarta-feira, 27 de junho de 2018

Grandes vultos: José do Patrocínio Parte 07.

Princesa Isabell




GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 07.
Patrocínio, ignorando em sua extensão a campanha abolicionista em São Paulo, dizia, injustamente na “Gazeta da Tarde” de 1883, obediente a seu radicalismo sem tréguas: Ceará é o herói da abolição. São Paulo é o castelo forte do hediondo escravagismo”. Ressaltam seus biógrafos que a admiração de Patrocínio pelo Ceará nasceu da coragem dos jangadeiros, que se opunham a servir-se de instrumento aos núcleos escravocratas do sul, quando São Paulo e Minas faziam o comércio ostensivo desta mercadoria humana, pleiteando o alargamento do cativeiro em benefício de suas fazendas. Contudo, os paulistas José Bonifácio, com seu projeto de lei para extinguir o comércio escravo, Paulo Eiró, com seu drama “Sangue Limpo” contra a escravidão, Luís Gama, Antônio Bento, Raul Pompéia, André Rebouças e outros formavam grupos ativos na luta pela libertação, que não se pode ignorar. Há que sobressair, também, a libertação dos escravos do Largo de São Francisco.
Patrocínio tinha certa razão de mágoa contra o Sul porque o apelidaram de “preto cínico” e puseram sua cabeça a prêmio. Este aspecto da conduta radical de Patrocínio levou-o, na época, à prática de muitas injustiças, inclusive com amigos. Seu passionalismo não admitia ideias contrárias á abolição, assim como sua gratidão aos que “aquinhoaram” a Pátria com a chamada ”dádiva” da libertação, chegava às raias do dramático como aconteceu com à Princesa Isabel, por ele alcunhada de “Redentora”. No dia 13 de maio de 1888, José do Patrocínio, chegava aos pés de Isabel, carregado pelo povo, e, quando subiu as escadeiras do Paço, onde a mesma se encontrava após ter assinada a Lei Áurea, num de seus arroubos felizes, disse-lhe: “Minha alma, de joelhos, sobe as escadarias deste paço para beijar vossos pés”. Às palavras seguiu-se o gesto, tendo sido, então, obstado pelo Conde D’Eu, que lhe pôs as mãos aos ombros e disse: “Não exagere, Sr. Patrocínio, não exagere...”
Continua…
S. SILVA BARRETO


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