quarta-feira, 30 de maio de 2018

Grandes vultos: José do Patrocínio - Parte 05.


  
GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 05.
Eram como sessões contínuas, regadas pela cerveja, entremeadas pelas pilhérias de Paula Nei e os versos de Bilac, onde a libertação era uma bandeira que todos faziam questão de desfraldar, numa união nunca vista no solo brasileiro. Apenas uma nota discordante se ouvia entre os escritores aristocratas, a do senador José de Alencar, que, infelizmente, levantou sua voz no Senado contra a “Lei do Ventre Livre”, depois de declarar não querer discutir o assunto, afirmando “Levantar um protesto contra esta grande calamidade social que, sob a máscara de lei, ameaçava a Nação Brasileira”.
A campanha abolicionista recrudescia em todos os sentidos; José do Patrocínio comandando as hostes populares; Nabuco no Congresso, com suas palavras candentes, funda em 7 de setembro de 1880 a célebre “Sociedade Brasileira Contra a Escravidão”. Num dos salões, em casa de seus familiares, na Praia do Flamengo, sob o troar de canhões que, segundo descrição de André Rebouças em “A Gazeta da Tarde” da época, Nabuco parecia dizer aos governantes: “Mentis! Não há liberdade, nem independência em uma terra de um milhão e quinhentos mil escravos”! No Rio Grande do Sul funda-se a “Sociedade Abolicionista Nabuco”; no Ceará, a “Sociedade Cearense Libertadora”. Na mesma época, surge, comandado por um grupo de mulheres, tendo à frente D. Virgínia Vila Nova, cunhada de José do Patrocínio, o “Clube Abolicionista José do Patrocínio”. Em 12 de maio de 1883, com o fito de agrupar em um só centro as diversas sociedades surgidas em todos os recantos do País, já, então, em número de 12, José do Patrocínio, seguido por André Rebouças, João Clapp e outros, fundam a “Confederação Abolicionista”, instalada solenemente em uma sala da redação da “Gazeta da Tarde”.
Em São Paulo, concomitantemente, Luís Gama e Antônio Bento comandam a campanha. O primeiro, num discurso pronunciado no Centro Operário Italiano, pulveriza o “direito” escravista e profere sentenças como estas: “O escravo que mata o seu senhor, seja em que circunstancia for, age em legítima defesa” e a seu filho ensinava como primeira lição da cartilha: “Trabalha para que este País não tenha reis nem escravos”.
Continua…
S. SILVA BARRETO

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