quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Grandes vultos: Rui Barbosa - Parte 06.


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
RUI BARBOSA – PARTE 06.
Sua grande cultura jurídica, os seus recursos extraordinários de tribuno, a intransigência de suas convicções, foram, porém, paulatinamente, dominando o ambiente. Membro de um país quase desconhecido, com um exercito diminuto e uma Armada ainda menor, não podia ser aceito em pé de igualdade frente aos representantes da Inglaterra, Prússia, Rússia e França. Por este motivo, o Ministro De Martins, da Rússia, começou a hostilizá-lo. Este processo de desprestígio culminou quando Rui Barbosa, após proferir um discurso sobre a transformação dos navios mercantes em barcos de guerra, foi secamente advertido, pelo representante da Rússia que presidia a reunião, de que “a política estava excluída da esfera da assembleia.”
Era uma verdadeira chicotada, Rui Barbosa levantou-se, pediu a palavra. Depois de considerações sobre a sua posição pessoal, afirmou que “esta proibição, evidentemente, não atinge senão a política militante, a política de ação e combate, aquela que perturba, que agita, que separa os povos nas suas relações internas e nas suas relações internacionais; mas nunca a política encarada como ciência, a política estudada como história, a política explorada como regra moral. Porque desde o momento que se trata de fazer leis domésticas ou internacionais, para as nações, é necessário, antes de mais nada, examinar o que refere a cada projeto, a possibilidade, a necessidade, a utilidade da medida, em face da tradição, do estado atual dos sentimentos, das ideias, dos interesses que animam os povos, que administram os governos. Pois bem: será que tudo isso não é política?
“A política, no sentido mais corrente da palavra, essa ninguém discute, está-nos absolutamente vedada. Nada temos de ver com os assuntos internacionais, com as contendas que dividem as nações, os litígios de amor próprio, de ambição ou de honra, as questões de influência, de equilíbrio ou de predomínio, aquelas que conduzem ao conflito ou a guerra. É esta a política proibida aqui.” 
Continua... 
CLÓVIS MOURA


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Grandes vultos: Rui Barbosa - Parte 05.

Anatole France

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
RUI BARBOSA – PARTE 05.
No entanto, apesar de sua atividade prodigiosa, cedo entraria em choque com os membros do Governo Provisório. Por isto, apesar do apreço que Deodoro tinha por ele, Rui Barbosa apresentou nada menos de nove vezes o seu pedido de demissão. Posteriormente, durante o Governo do marechal Floriano Peixoto, por divergências políticas, é obrigado a exilar-se. Durante a revolta do Almirante Custódio José de Melo, Rui que era, a esse tempo, diretor do “Jornal do Brasil”, vê-se obrigado a transferir-se para a Argentina, e ali permanece seis meses. Da capital portenha segue para Londres, onde exerce a profissão de advogado nos tribunais da Inglaterra. Convidado pelo Jornal do Comércio a mandar colaboração de onde se encontrava, Rui Barbosa inicia a série de artigos que foi posteriormente publicada sob o título Cartas de Inglaterra. Levanta, pela primeira vez no mundo, a defesa do Cel. Dreyfus, injustamente condenado na França. À sua voz juntar-se-ão, logo depois, as de Émiie Zola e Anatole France. O seu grito em prol da libertação do prisioneiro inocente da Ilha do Diabo repercutiu no mundo inteiro. Os jornais franceses publicaram os fundamentos jurídicos dos artigos de Rui Barbosa. Os outros trabalhos que compõem a série são do mesmo nível cultural e humano: tratam dos assuntos mais diversos como – por exemplo – a guerra do Japão com a Rússia, as ditaduras de Rosas e Francia e muitos outros.
Volta ao Brasil, em janeiro de 1895, consagrado por uma verdadeira apoteose.
Finalmente em 1907, ao se reunir, por iniciativa do czar da Rússia, à Conferência Internacional de Haia, Rui Barbosa foi indicado, pelo então chanceler Rio Branco, para representar o Brasil no conclave. Muitos dos que acompanharam Rui Barbosa sentiram-se inicialmente inibidos com o comportamento arredio, ríspido muitas vezes, outras vezes irônico, mas sempre independente de Rui Barbosa. Alguns chegaram a lamentar a sua indicação. No entanto, à medida que as sessões se sucediam, Rui Barbosa adquiria dimensão maior, ampliava-se na moldura da conferência. De início as suas intervenções eram consideradas pelos delegados como inoportunas, deslocadas do contexto da reunião, pelo inusitado da tese que ele defendia com um vigor hercúleo: a igualdade de direitos entre as nações.
Continua…
CLÓVIS MOURA

MEUS QUERIDOS AMIGOS!

Hoje estamos regressando de um pequeno período de descanso, quando aproveitamos para fazer uma breve e necessária manutenção na carcaça, assim como concatenar as ideias para que possamos oferecer o melhor possível aos nossos
Literatura & Companhia Ilimitada 

pesquisadores, amigos e seguidores.
Gostaríamos se possível, continuar contando com essa maravilhosa atenção e compreensão de todos, pois é exatamente esse apoio que nos fortalece e nos induz a continuar.

Agradecemos de coração pelas honrosas visitas e amáveis
Literatura & Companhia Ilimitada 

comentários deixados nos nossos humildes espaços, prometendo retribuí-las, pois, conforme costumo dizer, quem visita quer ser visitado, isso porque, a reciprocidade deverá estar sempre acima de tudo.

Muito obrigado e beijos no coração de todos!

“QUE DEUS SEJA LOUVADO!”

Rosemildo Sales Furtado
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