quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Grandes vultos: Joaquim Nabuco - Parte 01.

Joaquim Nabuco


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
JOAQUIM NABUCO – PARTE 01
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, por sua educação e maneiras, como por sua bela figura de homem, era, um gentleman, um aristocrata, e ao mesmo tempo uma das mais brilhantes inteligências da época, em que não faltaram homens de brilho. E, embora um aristocrata, membro de uma classe que dirigia os destinos do Brasil, a aristocracia açucareira em decadência, os barões do açúcar, nenhum como ele teve a visão de um Brasil livre e progressista e pela qual lutou, nos limites das suas possibilidades, num meio que, se não lhe era francamente hostil, era sem dúvidas de uma criminosa indiferença , pela solução dos reais problemas brasileiros da época.
Joaquim Nabuco, diplomata, escritor, parlamentar, nasceu a 19 de agosto de 1849 em Recife, quarto filho de um senador do Império, José Tomaz Nabuco de Araújo. Mas foi educado por seus padrinhos, Joaquim Aurélio de Carvalho e D. Ana Rosa Falcão de Carvalho, senhores de engenho – o engenho Massangana, que se tornou conhecido através de Minha Formação, livro em que esboça uma autobiografia, falando dos seus primeiros anos.
Com o falecimento de sua madrinha, em 1857, foi enviado para o Rio de Janeiro, onde viviam seus pais. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde teve como colegas a Castro Alves e Rui Barbosa, além de outros nomes que se tornariam em breve figuras eminentes da nossa história. Em São Paulo fez os três primeiros anos, regressando a Recife, onde se formou em 1870.
Ainda estudante, sentia o Problema dos escravos, no meio dos quais, aliás, passara parte de sua infância, defendendo no juri um escravo que assassinara o senhor, por ter sido açoitado em público. Mais tarde tornou-se líder do abolicionismo. E, ao mesmo tempo, suspeito aos senhores de engenho, que tentaram desviá-lo da luta política. Pela mão de seu pai ingressou na diplomacia como adido em Washington. Mas, na realidade, estimulado pela sua curiosidade e pela ânsia de viver, percorreu grande parte dos Estados Unidos, fazendo vida de jovem rico, preocupando-se com a beleza e os encantos da vida descuidada.
Continua
LEONCIO BASBAUM

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Grandes vultos: Floriano Peixoto - Parte 08.

Benjamim Constant

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

FLORIANO PEIXOTO – PARTE 08

Assim como todas as potências europeias foram unânimes em acompanhar a Inglaterra e impediram a frota rebelde de bombardear o Rio, só podemos presumir que sigam ela a mesma política da Inglaterra. Desejamos, portanto, que V. Excia. use de toda a influência junto ao vosso Governo e que o mesmo ouça de vós que a questão está encerrada pela partida dos navios portugueses com os rebeldes a bordo. Tomamos a liberdade de assim telegrafar a V. Excia. porque a questão é da maior importância e se não for encerrada brevemente no sentido indicado, poderá trazer as mais sérias complicações.”

Felisberto mostrou o telegrama a Floriano. Floriano leu-o em silêncio. Depois sorriu.

– Não responda.

– Nem acusando o recebimento?

– Nem isso.

Homem feroz, o Major, ao resguardo da sua dignidade e da dignidade do Brasil. A 18 de novembro de 1889, Benjamim Constant, que fora seu professor, mandou-lhe um retrato com a seguinte dedicatória: “Ao prestigioso e distintíssimo General Floriano Vieira Peixoto, que no dia 15 de novembro conquistou por seu corretíssimo e patriótico procediment  o, novo e imorredouro título à alta estima do exército e as bênçãos da Pátria, oferece, como uma justa homenagem às suas belas virtudes e inexcedível valor militar, o amigo e admirador Benj  amim Constant Botelho de Magalhães”.

De fato, sem Floriano não haveria República. Haveria o caos. Esfacelar-se-ia o Brasil. Ele não foi apenas grande militar: foi um diplomata habilíssimo, um administrador civil sem paralelo e o maior estadista da nossa Pátria depois de D. Pedro II. Acabou-se no governo. Saiu para morrer.

Só de me lembrar dele eu me comovo. Nasci, criei-me e cresci admirando-o. Viva Floriano!

GONDIN DA FONSECA

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