quarta-feira, 15 de março de 2017

Grandes vultos: Tobias Barreto - Parte 17.

Alexandre de Gusmão


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
TOBIAS BARRETO – PARTE 17.
Não quero encerrar este esboço sem tomar por mais alguns instantes a vossa preciosa atenção. Desejo situar Tobias Barreto no panorama da nossa História, pois que ele é um dos marcos mais impressionantes da marcha do pensamento brasileiro. A História do Brasil começa no período que vai de 1492 a 1494, isto é, da descoberta da América ao Tratado de Tordesilhas. Desta data em diante, Portugal já tem direito sobre uma parte embora pequena na América, tanto é que entendo que Pedro Álvares Cabral, acima de tudo, tomou posse da nova terra em nome do Rei. Limitava-se o Brasil a uma faixa litorânea, conforme dispunha o referido acordo. Os paulistas romperam essa linha imaginária, isto é, rebelaram-se contra o tratado, na afirmação de uma vontade própria, no imperativo de forte predestinação, atirando-se contra imposições externas. Notai que falei em imposições externas e não influências, pois estas todos os países e culturas recebem no intercâmbio universal. Imposição é aquilo que não se pode aclimatar dentro das fronteiras físicas e espirituais de um povo. Da maneira que estou conduzindo o meu raciocínio, esta exposição tem razão de ser.
A expansão do Brasil era uma necessidade do meio e da sua existência, e tinha sentido de libertação. E é por isso que chamo a todo movimento de afirmação e libertação nacional de Anti-Tordesilhas. O Tratado de Tordesilhas era a divisão de parte do mundo entre os países da Península Ibérica e não se fundava numa realidade local e sim em interesses extralocais.
O Tratado de Madri (1750) é um tratado Anti-Tordesilhas, onde se reconhece, com a aplicação do uti-possedetis, graças à capacidade do santista Alexandre de Gusmão, a expansão territorial brasileira, contrária ao que ficou assentado entre as coroas de Espanha e Portugal. Esta tese que desenvolverei em trabalho futuro, é o símbolo do pensamento brasileiro na sua afirmação nacional, na sua originalidade, libertando-se de tudo quanto constitui amarras ao seu desenvolvimento.
Um dos acontecimentos mais significativos e profundo da nossa independência, é a fundação dos cursos jurídicos. O ano de 1827 é tão importante como os de 1815, 1822 e 1831. As academias de São Paulo e do Recife irão formar estadistas, filósofos e juristas. A literatura teria no seu seio impulsos poderosos. E houve um processo histórico, cuja aparência era diferente, mas de substância idêntica, pois ao mesmo tempo em que no Recife se cuidava de dar outro sentido ao Direito, aqui em São Paulo, ferviam as ideias abolicionistas e republicanas. Ambos os movimentos se irmanavam e socialmente se completavam.
Continua…
BRASIL BANDECCHI
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