quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Grandes vultos: Tobias Barreto - Parte 09.


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
TOBIAS BARRETO – PARTE 09.
O filósofo emergiu do crítico, no momento em que o terreno se afigurou suficientemente desbravado para receber construções, e em que o espírito sentiu necessidade de dar expansão a suas faculdades criadoras, que não se haviam esgotado com as produções estéticas. Como filósofo, foi um ensaísta dos mais atraentes, pelo capitoso de estilo, como pela segurança e originalidade dos conceitos. Faz lembrar Waldo Emerson, the great American essayst, cuja influência sobre o estilo e o pensamento de um considerável grupo de escritores foi manifesta durante longo período, segundo atestam historiadores da literatura norte-americana. E são manifestas as simpatias de Tobias Barreto pelo pensador americano, simpatias que bem claro denunciam uma afinidade espiritual mais ou menos conscientemente reconhecida.
Seus mestres em filosofia, porém, foram, depois de Vacherot e de Auguste Comte, os altos espíritos tedescos, Kant, Helmolty, Lange, Schopenhauer, Hartman, Spir, Noiré, particularmente este último e o genial, o emocionante autor do Mundo Como Vontade”. Com os nomes acima citados, que soavam em nossa terra com aspecto fortemente revolucionário, estava o sergipano escudado para semear novas ideias. Ainda não é o professor da Academia do Recife. O famoso concurso se aproxima, estamos vislumbrando o ano de 1882. Antes desse grande momento da vida de Tobias e da história do pensamento pátrio, lembremo-nos que em 1879, ele ocupava uma cadeira de deputado provincial de Pernambuco, quando através de uma propositura inteligente, levantou, em plenário, discussão sobre a emancipação da mulher. Renovador e agitador de ideias, aceitou o debate no terreno em que o colocaram. E, da tribuna, discursava:
“Mas essa mesma questão da emancipação da mulher não é coisa extravagante; é o nome dado a um dos mais sérios assuntos da época, em toda sua complexidade. Ele oferece três pontos de vista distintos; o ponto de vista político, civil e social. Quanto ao primeiro, a emancipação política da mulher, confesso que ainda não a julgo precisa, eu não a quero por ora. Sou relativista; atendo muito às condições de tempo e de lugar. Não havemos mister, ao menos no nosso estado atual, de fazer deputadas ou presidentas de província”.
Continua…
BRASIL BANDECCHI

Um comentário:

Elvira Carvalho disse...

Não era uma contradição? Defender a emancipação da mulher, mas não a querer em territórios chave como a politica por exemplo?
Um abraço

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