quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Grandes vultos: Tobias Barreto -Parte 02.

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
TOBIAS BARRETO – PARTE 02.
Em março de 1863, encontrava-se no Recife, para ingressar na Academia de Direito, mas, acometido de varíola, não pode fazê-lo, matriculando-se, nessa escola, no ano seguinte, após os exames regulamentares. Em 1866 repetiu o 3º ano, por ter dado mais de 40 faltas. Formou-se em 1869. Quando estudante colaborou nos jornais: O Acadêmico (1865), A Luta (1867), A Regeneração (1868) e O Vesúvio (1869.
Recebe o diploma de bacharel com trinta anos de idade.
Clóvis Beviláqua escreve que “Tobias Barreto de Menezes era genuíno filho do povo, oriundo de uma família pobre, mas operosa desde o berço e que apenas atenuaram no declínio de sua existência, enrijeceram-lhe as fibras de lutador e derramaram-lhe n’alma essa tinta de pessimismo que lhe fazia enxergar sempre turvos os horizontes intelectuais da pátria, e o trazia deslumbrado pelas refulgências de outros sóis que não dos do firmamento latino”.
Refere-se Clóvis aos sóis que brilhavam no firmamento germânico. Mas o grande primeiro sol que deslumbrou Tobias não brilhava na Alemanha. Brilhava na França e chamava-se Victor Hugo, o poeta retumbante da Legenda dos séculos.
Exaltara- o nestes versos:

“Mostras na fronte os estragos
dos raios que a sorte tem;
na falange dos teus Magos
tu és um mago também.
Joelhas, grebo da ideia,
ante a luz que bruxuleia
dos futuros através!
Por grande, os teus te renegam;
cem anátemas fumegam
sufocados a teus pés…

O estilo d’oiro que empunhas,
foi o senhor que t’o deu.
Leva a água a preza nas unhas,
ninguém lhe diz: isto é meu!
Estrelas, mundos, ideias,
bíblias, monstros, epopeias,
tudo que empolgas é teu…
Cabeça que pese um astro
na mente de Noroastro,
na mão de Ptolomeu!”.

Esta poesia é de 1864. Quando necessário cito as datas para fixar bem Tobias na história de nossa cultura. No condoreirismo foi precursor. Sílvio Romero expõe:
“Tobias era mais velho oito anos que o autor de Gonzaga e em Sergipe, Bahia e Pernambuco o antecedera na poesia.
Para prová-lo basta cotejar fatos e datas. Felizmente existem versos de Castro Alves de 1860 nos folhetos comemorativos dos festejos anuais do Ginásio Baiano, onde estudou preparatórios o futuro autor da Cachoeira de Paulo Afonso. Por eles decide-se peremptoriamente a questão da precedência.
Continua…
BRASIL BANDECCHI 

Um comentário:

Mariazita disse...

Olá, Furtado
Antes de mais... obrigada por seus parabéns por meu aniversário.

Tive que ir ver o post anterior, que não tinha lido, para me inteirar da história deste vulto da literatura brasileira, que eu não conhecia.
É muito louvável da sua parte dar a conhecer os autores menos conhecidos.
Obrigada pela partilha.

Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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