quarta-feira, 1 de junho de 2016

Grandes vultos: Senador Feijó - Parte 02.

Senador Feijó


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SENADOR FEIJÓ – PARTE – 02 

O assunto foi levado à Câmara, acusado o ato do Ministro de anticonstitucional. Mas a seção de 21 de agosto findou por não aceitar a denúncia de inconstitucionalidade, dando assim a Feijó, que justificou os seus atos. A ordem era mesmo aquela que dera a major Lima e Silva: levar tudo a ferro e fogo.

Em dado momento, surgindo um levante na própria Quinta da Boa Vista, residência do Imperador, Feijó acusa o tutor de D. Pedro, José Bonifácio, de ser o responsável por ela. E exige sua demissão do cargo, no que é atendido. Era mais uma vitória. Mas o Senado rejeita a medida e José Bonifácio volta à tutoria. A vitória dura muito pouco. E Feijó renuncia ao cargo.

Estávamos no ano de 1832.

Mas Feijó não desiste da atividade política e no ano seguinte, elege-se Senador pelo Rio de Janeiro

A renúncia de Feijó, trouxe, porém, outras consequências: os regentes decidem renunciar igualmente. O Senado não aceita a renúncia e pede aos renunciantes que continuem ainda por algum tempo. A todos parecia, entretanto, que uma Regência Trina não era de molde a ajudar a tranquilizar o País e começa-se a pensar em transformá-la em uma Regência exercida por um só homem: e esse homem devia ser um homem de pulso: Feijó.

A 24 de setembro de 1834, falecia em Lisboa o imperador que três anos antes havia abdicado. A morte de D. Pedro I desanimou os caramurus, e trouxe um pouco de calma à vida política do Império. Nessa aparente calmaria levou-se a efeito em todo o País a eleição do novo Regente, em substituição à Regência Trina, tendo sido Feijó eleito em 7 de abril de 1835, Regente do Império com 2.828 votos contra 2251 dados a Holanda Cavalcanti.

Mas nem a eleição do Regente nem mesmo a morte de Pedro I foram suficiente para acalmar o país. Por todas as províncias surgiam provas inequívocas de descontentamento popular, que na realidade nada tinham a ver pessoalmente contra o Regente mas sim contra a situação aflitiva em que o país se encontrava. Feijó tratou de combater, a ferro e fogo, essas contínuas agitações que iam do Pará ao Rio Grande do Sul, onde começava a “guerra dos Farrapos”. A própria violência com que Feijó buscava aplacar essas revoltas deram causa a um sem número de protestos, nas ruas como nas Câmaras, o que levou Feijó a dizer: “Não tenho em  bocadura para rei constitucional”. Queria ter as mãos livres. Mas, ao contrário, tinha-as atadas pelas leis e pela Constituição.

Então renuncia, em 19 de setembro de 1837. Para substituí-lo foi escolhido o Presidente da Câmara dos Deputados, o Senador do Império, Araújo Lima, de uma família de plantadore  s de cana de açúcar de Pernambuco.

E Feijó volta para S. Paulo.

Nessa ocasião já se começava a agitar a ideia da “maioridade” do Imperador. Essa luta pela maioridade tinha um fundamento econômico: até então o governo era praticamente exercido pelos comerciantes do Rio de Janeiro, que sustentavam o Imperador. Com a morte deste, esses comerciantes viram enfraquecidas suas forças. Não obstante a Regência, exercida por um paulista era ainda a continuação do poder dessa mesma classe. Mas Araújo Lima era senhor de engenho, e isso significava o descontentamento da burguesia urbana do Rio de Janeiro, de S. Paulo e de outras províncias em que essa classe dominava politicamente. Para muitos, a única maneira de garantir o predomínio dos senhores de engenho e produtores de açúcar, a base econômica do Império, era declarar a maioridade do príncipe, rodeando-se de senhores de engenho, embora isso pudesse significar um “golpe de estado”, que na realidade foi.

A 20 de julho de 1840 é apresentado à Câmara o projeto de maioridade, que declara o príncipe apto a assumir o seu posto de imperador. E a 22 era o mesmo aprovado.

Mas nem assim houve a paz qu  e o país precisava. Nem todos aceitaram a maioridade e novas agitações surgiram por todas  as províncias. A mais importante delas foi a que se verificou em Sorocaba, pelo ano de 1843. Feijó, doente, mal podendo andar, decide, entretanto, dar apoio aos revoltosos, que agiam sob pretexto de que havia “coação” contra o imperador menino. O oficial designado para proceder o esmagamento da insurreição era precisamente o mesmo Lima e Silva, amigo e executor das ordens de Feijó, quando este era ministro da Justiça. E Lima e Silva, sempre um defensor da ordem, é precisamente   quem tem de prender o sacerdote político Feijó, o que faz evidentemente constrangido.

Feijó é preso como “chefe da rebelião” e exilado para outra cidade. Mas dado o seu estado de saúde, volta a S. Paulo, onde afinal, a 10 de novembro de 1843, descansa o corpo e o espírito definitivamente.

Leôncio Basbaum
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Um comentário:

CÉU disse...

Olá, Rosemildo...

Senador Feijó é daquelas figuras que fizeram História, tal como o Tiradentes.
Bem interessantes, esses posts sobre ele. estive pesquisando sobre ele e fiquei mais rica, culturalmente falando, só k minha mão não deixa ainda eu desenvolver aqui um pouco daquilo k li.

Agradeço sua nova visita e palavras gentis.

beijos e boa semana.

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