quarta-feira, 25 de maio de 2016

Grandes vultos: Senador Feijó - Parte 01.

Senador Feijó

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SENADOR FEIJÓ – PARTE 01

(1784 1843)

Não tenho embocadura para Rei Constitucional”

O senador Feijó, Padre Diogo Antônio Feijó, Regente do Império, é uma das mais impressionantes figuras de nossa História, na qual deixou sua marca em virtude de sua forte personalidade.

Filho de pais incógnitos, foi recolhido e educado pelos seus pais adotivos, Félix Antônio Feijó e sua mulher Escolástica Maria de Jesus, que o encontraram, à porta de sua casa em S. Paulo, por volta de meados de 1784.

Como acontecia frequentemente naquela época, em casos semelhantes, foi enviado a um seminário onde se ordenou padre em 1809, tornando-se a seguir professor de humanidades, nas cidades de Campinas e Itu, onde se fixou por muitos anos. Mas o seu temperamento inquieto e inconformado o levou a interessar-se por outros problemas, sobretudo os políticos.

Em 1821 já era Deputado às Cortes de Lisboa. Tratava-se de um período de grandes agitações tanto em Portugal como no Brasil, onde o problema da Independência nacional já havia sido colocado e era objeto de grandes debates. Em Lisboa, juntou-se aos demais brasileiros, em defesa de uma “possível independência do Brasil”, recusando a assinar a nova Constituição portuguesa.

De volta ao Brasil no fim do ano de 1822, já proclamada a nossa independência de Portugal, Feijó lança-se a uma nova campanha. Observando a situação do clero no Brasil, que vivia, segundo seu testemunho “em permanente escândalo”, por haver grande número de sacerdotes vivendo abertamente em concubinato, decidiu propor à Câmara a suspensão do celibato dos padres. “Enfim, senhores, disse ele na Câmara, em 10 de outubro de 1823, ao defender o seu projeto, a história conserva o triste quadro de escândalos, deboches, adultérios e mil outros crimes que desonram a santidade do ministério eclesiástico, ao ponto que o clérigo, que parecia continente, era, por isso mesmo, suspeito dos piores crimes”... “m sido tão públicos e tão frequentes os escândalos dos padres nesta parte, que os protestantes, maliciosamente têm afirmado que o papa mais quer ver o seu clero concubinado que casado.

Tentou provar que a Câmara tinha autoridade para votar a suspensão do celibato obrigatório, permitindo aos padres que o quisessem, contrair matrimônio. Seu projeto como seria de esperar, não teve seguimento.

Foi deputado até a abdicação do imperador, a 7 de abril de 1831. A época era de grandes agitações, contra e a favor do imperador. A Constituição, em oposição a Pedro I, era de certo modo a causa dessas agitações que, entretanto, se originavam principalmente do descontentamento popular, pois o povo desconfiava estar o imperador tramando a volta do Brasil ao império português.

Pressionado por essas agitações e, ainda mais, preocupado com a sorte de sua filha Maria da Glória, para a qual queria a coroa de Portugal, disputada, com a morte de D. João, pelo seu irmão D. Miguel, decide o imperador abdicar em favor de seu filho D. Pedro II que então tinha apenas 5 anos. Aceita a abdicação, decide o Senado nomear uma Regência Trina, composta por três eminentes nomes da política, para governar o País em nome do Imperador menino. E Feijó é convidado para ocupar o cargo de Ministro da Justiça.

Sua tarefa era árdua, pois na capital do Império, assim como nas províncias, era grande e extremado o descontentamento das populações, já agora divididas em dois grupos, além daqueles que pretendiam a pacificação do País e os que se mostravam indiferentes à sorte do Império: os caramurus, desejando a volta do Imperador, os “exaltados” ou republicanos, que se manifestavam contra a Regência.

Feijó teve de usar de “mão dura” para deter essa agitações e prender os responsáveis entre os quais figuravam eminentes nomes do Império, tais como Antônio Carlos, irmão de José Bonifácio.

Foi seu principal instrumento, para acabar com as agitações e a desordem, o então major Limae Silva, o futuro “pacificador do Império”, o uque de Caxias. 
O Ministro da Justiça considerava-se, sobretudo, o defensor da legalidade. E usou de todos os meios para implantar a ordem no País. Não hesitou em por um ato pessoal extinguir as “cartas de seguro”, espécie de “habeas corpus” da época, que livrava o seu portador de ser preso. Essa “cartas de seguro” dificultavam a ação da sua polícia, quer para prender os conspiradores quer para deter as sublevações e os insurrectos.

Leôncio Basbaum 
continua
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2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Muito interessante. Já tinha saudades destes posts.
Um abraço

Maria Rodrigues disse...

Meu amigo aqui respira-se cultura, mais um excelente post.
Um abraço
Maria

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